6 de setembro de 2012
Por que ao invés desse combate raivoso ao neto do homem por ser neto do homem, a gente não aponte as saídas? Outras opções boas? Estamos numa sinuca de bico da porra e ainda assim perdendo muito tempo falando mal, citando o quanto lá atrás foi ruim.
Sem querer ser advogada de ninguém, não vejo em nada agora ser melhor. Tá tudo junto, misturado e metralhado. E tem mais: Citemos os erros e atitudes do neto pelo individuo neto, não pelo indivíduo avô. Se não presta é ele, seu CPF, seu RG… Essa história de avaliação pelo sangue é do tempo do kolene. Foco, um pouco mais de foco.
E agora? Quais são as nossas opções? Fugir? Ficar? Quem, meu pai? Tô assim, nervosa, sem saber pra onde correr.
25 de agosto de 2012
Ontem uma repórter me perguntou de que era composto SOB TODOS OS OLHARES. Me lembrei de quando construímos os textos. Retiramos das memórias, de histórias nossas, alheias, inventamos outras, mexemos em outras, enfim… de fato a vontade era falar mais, muito mais. A gente tem tanto pra falar. Mulher é tão composta.
Eu mesma não abri mão de incluir um poema que escrevi para um bofe uó que passou pela minha vida. Foi escrito bem no momento em que decidi apertar o botão do FODA-SE, sabe? Quando tudo que você já sabia começa a fazer sentido. Ele era pouco pra mim, eu sabia, mas o coração insistia em se enganar. O poema foi a linha, o o “jogar no google”. Engraçado, depois dele conheci o meu amor recíproco. Acho que foi minha redenção. Deus disse: “Acho que ela aprendeu a lição, podemos mandar o gatinho dos sonhos dela”. E mandou. Alguém diferente de tudo que imaginei. Do tamanho certo. Do meu tamanho. Do jeito que tinha que ser.
Aí, remexendo os baus decidi incluir o tal poema também. Ele foi a linha entre os dois mundos. Mesmo eu não interpretando a emoção que sinto agora (lá sou personagem), ele está lá. Numa homenagem, com toda dedicatória. Foi uma época ruim, nociva, desagradável, mas passou. Eu riu e sinto como não tivesse acontecido comigo. Saio de mim e olho como espectadora de um circo de horrores.
Parece que foi há séculos e sinto vergonha, como quando olhamos aquelas imagens nossas na década de 80, com cabelo de poodle e ombreira. Uma vergonha, uma vontade de sumir, tacar fogo em tudo. A diferença é que dessas imagens você lembra até com nostalgia, lembranças da época em que o pagamento da luz e do gás não era com você, de que ser vitoriosa no final das brincadeiras era só o que buscávamos. Já desses outros momentos com falecidos, você faz questão de deixar longe e só lembrar como algo a não se repetir. Não é pra esquecer. É pra lembrar mesmo. Vem com a sensação de exorcismo, de expurgo, catarse… E é tão bom !!!
Essa sensação povoou meus pensamentos ontem quando a repórter me perguntou como construímos a nossa peça. Construímos com pedaços de nós, pedaços dos outros, com lembranças boas, não tão boas, péssimas… E neste final de semana estamos nos despedindo dessas mulheres. Pelo menos, por enquanto. Whatever…
SOB TODOS OS OLHARES, em cartaz até o dia 26 de Agosto, as 20 horas, no Teatro Gamboa Nova.
Te vejo lá.
25 de agosto de 2012
Acho que Gusttavo Lima um cafajeste estúpido. Se agarrar com mulher e depois dizer que nunca viu é de lascar. Isso, além de cafona e dodói. Porque quebrar guitarra e jogar pra fã é do tempo da bala apache e sair pelos fundos de hotel pra fugir de fã é a decadência do ploc. Tchê, tchê rê, tchê tchê… Gusttavo Lima e o coelho.
22 de agosto de 2012
O que é polêmica nos dias de hoje, produção?
Quando pensamos em colocar essa campanha no ar ouvi uma pessoa dizer que poderia soar sensacionalista., agressivo É. Poderia, sim. Se nós não fossemos mulheres, se não falássemos de mulheres, se não corrêssemos riscos como qualquer outra, se achássemos normal em pleno 2012 a mulher ser ainda tratada como inferior, saco de pancada, vulnerável, submissa e tantas mil outras coisas. Não está longe não. Pode ser sua irmã, sua prima, sua vizinha, sua tia, sua mãe… até você mesma a agredida ou o agressor. E isso não tem cor, não tem nacionalidade, não tem raça, não tem classe social.
Li numa revista (acho que Marie Claire) que atualmente, o que antes parecia impossível, mulheres de classe média alta estão tendo a coragem de denunciar seus parceiros truculentos. Com medo do julgamento das amigas riquinhas, dos colegas de trabalho, do patrão, dos filhos, da alta sociedade… essas mulheres sempre fingiam viver num mundo cor de rosa. Apanhar era coisa pra pobre, pra gente sem acesso à educação… Ohhhhhhh, que bobagem !!! Homem com dindim também se considera dono e não admite ser rejeitado. É como se a mulher fosse marcada como gado e se não fosse dele não seria mais de ninguém. U ó.
Outro ponto curioso é o fato de mulheres homossexuais agora também serem enquadradas na Lei Maria da Penha. Mulher que bate na parceira também vai responder. O que é ótimo !!! Vi dia desses no restaurante em que almoçava uma maluca destratar a outra porque estava sem paciência para enfrentar a fila para pagar a conta. Estava furiosa e, por isso, deu milhares de patadas na outra. Surreal mesmo. Fiquei pensando: Se ali , a olhos vistos, ela era assim, em off, deveria meter o cassete. Maluca !!!
Acho válida a discussão e não tenho medo dos julgamentos. Já falei diversas vezes que odeio rótulos, mas gosto de causas, principalmente, quando são legítimas. De uma vez por todas mulher não quer ser igual ou melhor do que homem. Só quer os mesmos direitos e respeito. É demais ?
Acho mesmo que alguns temores e/ou receios são típicos de nossa sociedade, que insiste em fugir de discussões e soluções. Estamos mais acostumados a reclamações. E quando nos deparamos com o problema na nossa frente, fugimos. “Isso acontece com o vizinho, comigo nunca”. Por isso vai ter sempre gente dizendo que racismo não existe, que é o negro é quem se coloca em tal posição, que mulher que anda de roupa curta não se respeita, que gente que beija gente do mesmo sexo é sem vergonha… e por aí vai. A ladeira teima é descer.
Vá se lavar que eu vou te usar é o coelho !!! Pra mim é bem simples: Bateu, mordeu, puxou, desrespeitou, TOME MARIA DA PENHA !!!
Vamo que vamo !!!
19 de agosto de 2012
Acabei de ver pela net um pedaço do Criança Esperança. Um terror !!! Já gostei desse evento e confesso que lá nos primórdios já doei umas coisinhas. Agora não doou e nem acredito. Acho conversa pra boi dormir, mas não falarei sobre, porque é da consciência de cada um. É um achismo meu. It’s free.
O meu lance é com Didi, meu ídolo na infância, que junto com Zacarias, Mussum e Dedé faziam o quarteto mais engraçado do país. Uma espécie de Gordo e Magro tupiniquim. Ai, como eu gostava de Os Trapalhões !!! Via todos os filmes, assistia aos programas, ria, me emocionava… era bom demais !!! Não entendia as separações, torcia pelo reencontro… Dedé era o escada que sempre sofria, nunca teve graça, mas tinha o seu lugar. Didi era o que sempre se dava bem no final das piadas, mas não era o que tinha mais talento. Dava para perceber que era o líder, era a cereja do bolo… Aí os dois mais engraçados foram embora !!! Sem duvida Mussum e Zacarias eram a alma deles !!! Eram os que caíam nas pegadinhas, mas eram os que sabiam rir de Didi, de Dedé e deles mesmos. Mussum e Zacarias eram os “politicamente incorretos” mais amados do Brasil. Um era o negro que só gostava de cachaça, de mulher, de samba e de cachaça, o outro era o gay, o careca, banguela, que se vestia de mulher… E ninguém julgava, ninguém maldava, depreciava… só se divertia. Eu gostava daquelas pestes demaaaaaaaaais !!!
Aí hoje quando ligo a TV e vejo no que os que sobraram (Didi e Dedé) se tornaram, me entristeço. Num mundo onde as mulheres, os negros, os gays… se posicionaram e se retiraram do lugar de piada e deprecia tivo, Didi escondendo-se atrás do eterno personagem, bobo, tolo… insiste em ser machista, racista, xenofóbico… Não há mais espaço para esse tipo de palhaçada. Ou ele se renova, ou é de bom tom se aposentar. Não cabe mais dizer que gosta de mulher, que antes ela optar por ter um homem feio a dois homens bonitos se beijando. Não é só uma questão política, é de evolução mesmo. De pensamento e de piada também. E ninguém está falando em proibição. “É proibido proibir”. Mas as piadas de hoje são equivocadas, rasas, ridículas e ultrapassadas. Ninguém ri, ninguém se emociona, ninguém mais nada.
Eu sinto muito por ver uma referência se perder e reafirmar tantos preconceitos e conceitos, além de ser extremamento chato. Aff…