24 de maio de 2015

Quem nunca caiu nesse tal de platônico?



É claro que todo mundo já caiu, né? Do tipo de, muitas vezes, não revelar pra ninguém, nem pra sua sombra. Segredo, segredíssimo… que deixa de ter importância com o tempo. Agora mesmo eu só consigo  rir. Lembranças boas, divertidas… Ô vergonha de algumas, sô!

Segundo o maluco do filósofo grego Platão, o amor platônico é puro, é um amor à distância,  sem necessidade de toque, de realização. Ele não se alimenta do desejo e o objeto amado é  sempre perfeito, sem defeitos. Bem assim. Sem defeitos, mesmo quando tem.

Quando eu tinha 8 anos, era gamadinha num vizinho. Tipo bonitinho, amiguinho, meu par na  formatura do primário… Eu nem sabia o que era aquilo. Só sabia que meu coração disparava toda vez que o via, queria fazer tudo junto com ele. E  eu era bem possessiva. Ele tinha que ficar perto de mim, mais de ninguém. Nunca pensei em beijo, em toque, abraço, só queria vê-lo todos os dias. Ficava olhando pra ele com admiração.

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Teve também o meu colega de ginásio. O menino era feio que doía. Toda vez que ria, colocava a mão grande (ele tinha mãos e dedos enormes) na boca para tapar os também dentes grandes e tortos. Eu era caidinha por ele. Só que ele era caído pela minha amiga. Amiga, não. Colega.  Coleguinha. Conhecida. História típica, né? Fui lá e banquei a melhor amiga dos dois e tramei a fatídica “ficada”. Fiz com que se encontrassem no ginásio de esportes da escola escondidos de todo mundo. E então eles “ficaram”. Se agarraram e eu fui pra casa chorar. Nunca tentei me declarar. Mas era duro ouvir suas confidências. Eu era uma aluna exemplar. Tirava boas notas, mas nesse ano, ui, ui, ui… fui bem mais ou menos. Não conseguia me concentrar direito. Mas, felizmente, essas coisas adolescentes passam com a mesma velocidade que chegam. E eu o esqueci rapidinho, no mesmo ano. Esqueci porque me interessei por outro, que também gostava de outra. Sim, era minha sina.

Agora a mais interessante de todas as minhas platonices foi pelo meu professor de Processamento de Dados, na Escola de Engenharia. O bichinho era magrinho, pequeninho e bonitinho. Tinha até um apelido que fazia jus ao tipo físico. Era conhecido por Ratinho. A gente  o chamava de Titinho, diminutivo de seu nome, que era Ailton. Daquele tipo “bonitinho, mas ordinário”, sabe? Porque era casado, mas dava mole pra todo mundo. O Fã-Clube dele era grande. Simplesmente, TODAS as meninas da escola. Era um tal de presente pra lá, pra cá, tirar foto aqui e ali. Era inteligentíssimo e as disciplinas ensinadas por ele eram dificílimas, mas a gente queria tanto impressioná-lo que as notas eram tops. Pelo menos, as minhas. Lembro-me que o dito chegou até a se separar da esposa e a ficar noivo de uma de nossas colegas. A menina tanto fez que conseguiu fisgar o cara e a gente do outro lado babando por ele e admirando a coragem dela. Ele falava muito engraçado. Fazia o carioca e colocava um “eammmmmm” no final das frases, que a gente adorava.

Anos depois, quando estava fazendo apresentações no finado Aeroclube, o reencontrei. Sabe aquela pessoa por quem você guardar muito carinho? É ele. Porque fez parte de um dos momentos mais felizes de minha vida! Segundo grau, começando a sair de casa para ir à festas, dormindo na casa das amigas, participando das gincanas do colégio… inclusive, uma vez, eu e minhas três amigas malucas da Escola, participamos da gincana só por causa do presidente da nossa equipe. O cara era galã top, top… E a gente descarada dando o fígado pela equipe só para impressioná-lo. Ele era 3º ano e a gente, como 1º ano, deveria participar da equipe da nossa série. Mas quem “diz que”? Teve também o professor de Eletrônica, um negão de responsa, que arrasou com nosso coração. Era lindo e sabia. Inteligente e sabia. O mais curioso é que nós gostavam dos mesmos caras, mas, mesmo inconsciente, era claríssimo que era platônico, que não haveria briga e que era divertido. A gente queria estar perto, mas não tomava nem atitude. Fazia de tudo pra falar, pra ter nota boa… Mas nada de tentar ter algo a mais.

Aí, quando o tempo passa e a gente olha para atrás, a sensação é boa. É de ter vivido boas experiências, boas histórias, bons aprendizados… Momentos que não voltam, mas que não saem das nossas memórias. Pessoas que a gente nem sabe onde estão, se vivem, se continuam fazendo as mesmas coisas. É um saudade do que viveu, mas sem ter vontade de reviver. Amor puro é pra ser propagado e vivido do que jeito que der. Sempre leveza e coração aberto. Esse tipo de amor vai e volta, vai e permanece, Cresce, diminui… Vira namorado, vira marido, vira amigo, vira tanta coisa… AMAR É BOM DEMAIS !!!

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