8 de dezembro de 2012
Carência é PHODA !!!
Estava lendo dia desses algumas coisas no face e me deparei com várias atitudes típicas de carência. O ser humano é carente demais. Ao mesmo tempo que observo, fico me lembrando das minhas. Minha mãe, por exemplo, está nessa fase. Quer a gente por perto, enchendo-a de beijinhos, carinhos, palavras, fala sobre o passado, liga de madrugada… Quem tem a sorte de chegar na maior idade passa por muitas privações. E estas, quando não acompanhadas pelos entes queridos, é de lascar. Minha mãe tem família, tem uma estrutura criada ao longo da vida… Ela tem amor, pra dar e receber. Amo-a tanto que dói. Será carência? Não consigo nem imaginar minha vida sem ela.
Tem também das carências sociais. Sou negra, mulher, pobre ascendente… E muitas vezes detesto falar sobre isso. Não acredito que seja falando o tempo todo sobre isso que me torne cada vez mais isso. Tem gente que chateia. Fala mal de homem, de branco, da sociedade, da televisão, de Sandy, de Xuxa… Eu acredito que isso também seja uma espécie de carência. Adoro ser o que eu sou e não sinto que preciso ficar afirmando o tempo todo. Toda vez que ouço um timbal, um tambor, uma música de raiz, uma história de gente que luta e vence, que luta e continua, que não desiste, que não se submete, que estuda, que aparece, que acontece… Me sinto preta, me sinto mulher, me sinto forte, me sinto bem. E isso não desmerece quem quer que seja. É somente eu sendo eu. A minha luta tem que ser consistente, tem que ser contra a ignorância, contra a repetição, contra a falta de respeito… E quem não me acompanha, precisa sair do meu caminho. Mas isso é livre, é um processo.
Lembro-me de uma vez, no início do meu momento desaplauso, lá quando adoeci pelo cara do Sul, dele falando com uma amiga, que estava me hospedando em sua casa, que deveríamos comprar algumas cervejas e beber juntos. Sem maldade, me animei toda. Achava massa ele estar querendo estar próximo aos meus amigos. Anos depois, quando estava na fase de “desintoxicação de desaplauso”, ele comentou o quanto achava minha amiga interessante e gostosa. Pensei na hora: “Que bosta, ele queria comê-la e eu besta adorando as coisas”. Ela não deu bola, talvez tivesse até percebido, o que eu em minha cegueira, nem notei. Mas de fato, só a carência justifica eu ter gostado de um homem que desde sempre nunca me respeitou. A carência fragiliza, cega, asfixia, ata… E é isso que a gente precisa atentar sempre que entra em qualquer tipo de relação. Por que eu quero? O que me traz de bom? Sou respeitada? Isso me preenche? Preciso ter alguém pra ser feliz? Respondendo qualquer dessas questões com serenidade, tranquilidade e frieza, nenhum caminho nos levará pra derrocada. Caso contrário, qualquer mensagem é sinal de tortura, qualquer telefonema te tira do eixo e qualquer frase do tipo “o problema não é você, sou eu” te faz cair num buraco sem fundo.
Carência é PHODA, sim. Mas tem cura. E a melhor forma de cura é saber que nascemos e morremos sozinhos. E que o outro só nos serve se acrescentar, se nos fizer sorrir… Se for o inverso, o caminho é se picar. Não esqueçamos que ninguém faz conosco o que não permitimos. Nós somos os malucos afinal. Cuidemos de nossas carências, então, e sigamos. E amar com tranquilidade é uma das melhores coisas da vida. E eu já amo. Um amor sadio e recíproco. Muito.
Whatever… 😉

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