MUITOS ABADÁS
4 de março de 2013
Celebridade?
Já tive meu momento tiete-sonhadora quando era adolescente. Gostava do Menudo, de Xuxa, do Dominó, Marcelo Augusto, sonhava conhecer Fábio Assunção. Mas pra mim sempre foi certo que queria conhecê-los e me tornar sua amiga. Lá no fundo, mesmo sem ter consciência, era minha vontade interna de quebrar o mito, parar com essa palhaçada de “deuses de não sei lá o quê”. Não gosto de coisas inatingíveis. Essa pose, essa áurea, essa sensação de “posso tudo”, “sou o mundo”, “você sabe quem sou eu?” me irritam bastante.
Não gosto de Vip, nem tão pouco quero ser uma. Não gosto de camarote, acho um saco bajuladores de celebridades, não tenho paciência pra esquema de segurança. Gosto de pessoas. Admiro mesmo. Do meu professor de computação ao meu mestre em teatro. De teatro, da engrenagem, dos papos, dos prêmios, de beber rabo de galo, da minha vizinha, do homem que vende açaí… Mas ter que puxar saco pra dizer que sou enturmada é a treva !!! Não vou, não vou, não vou, não sou. O que é aquela caça a camisa do Camarote de Daniela Mercury no Carnaval? Parece um bando de morta-fome. E os ditos VIPS que passam cercados de seguranças, muitas vezes, atrapalhando o nosso dia-dia. Que me importa com quem Bruna Marquezini namora? E onde William Bonner malha? O que é Suzana Vieira? O que é essa senhora que se acha Deus? Prefiro os da bagaça. Tenho curiosidade em sentar numa mesa e beber até o dia raiar com alguns, mas outros… Ai, ai, ai… Tem muita gente talentosa, bonita, bem sucedida, do bem… que merece todo sucesso, independente de aparecer na novela das oito. Realmente não entendo esse frisson fútil e inútil em cima da imagem que se tem. Todo mundo quer ser VIP, todo mundo quer ser intimo de VIP…
Quando desfilei na Mangueira no carnaval, achei um saco ter que sair da frente pra Gracianne Barbosa passar com sua horda de seguranças… É muita presepada pra pouca evolução. Quem é essa mulher, meu povo? Um Pokemon? Tomei um susto. É o boneco Ken vestido de mulher? Tem até ator bom, que esconde o rosto pra não ser reconhecido pelo público. Coisa chata. Se não quer pra que sai? Se não quer pra que escolher essa carreira? Pra mim o nome disso é carência. Porque muitas vezes ninguém nem dá atenção a figura. E quando dá é pelo famoso “inconsciente coletivo”. Um monte de gente indo atrás, todo mundo vai, segue o fluxo. Isso pra nem falar nos produtores que muitas vezes são muito mais deslumbrados do que os do tititi. Um dia saindo de uma peça de uma global ouvi a produtora do espaço dizendo “Vamos organizar pra falar com ela?”. E eu só queria passar e falar com minha amiga figurinista. Na boa, se me perguntarem “Você sabe quem sou eu?”, devolvo a pergunta da moda: “Que Orixá no Dique é você?”.
Pra mim, o que importa são as pessoas, as relações, as construções, as trocas, as experiências… Que todo mundo fique bem, obtenha sucesso, seja feliz… Não sei se vem da minha dificuldade de subserviência, da minha impaciência com os puxa-sacos, o que de fato uma celebridade pode fazer por mim? E conhecê-la vai me promover a quê? Minha conta vai passar a ter quantos dígitos? Menos do que isso, na boa, sou mais eu, você, a mulher do cafezinho, a vendedora de acarajé… Whatever…

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24 de fevereiro de 2013
Este carnaval e outros abadás
Eu menti, né? Disse que voltaria logo, mas não consegui. É muitas coisas aconteceram essa semana, melhor nem comentá-las. Já passou e está tudo bem.
Mas vamos ao prometido: CARNAVAL !!!
Não é segredo pra ninguém que sou Timbaleira. Daquelas que saem todos os anos, todos os dias nos blocos que a Timbalada sai, quer que os amigos saiam junto, faz campanha, que sabe todas as músicas e guarda um repeito muito grande pela banda, defendendo de tudo e de todos. Não gosto que falem mal, embora às vezes concorde que certas críticas são justas. Acho, por exemplo, que quem produz os shows da banda ou são completamente despreparados ou “querem ver o circo pegar fogo”. Não existe um ano que não tenha confusão nas compras dos ingressos para os primeiros shows. Fora as acomodações do Museu do Ritmo. Por outro, acho um absurdo quem falar que a Timba acabou com a saída de Ninha. Quem é Ninha? Esse pensamento é de quem vê a banda uma vez na vida e só conhece duas músicas (Zorra e A Latinha). Mas quem acompanha mesmo, que procura as novas músicas, que fura os CDs de tanto ouvir, baixa as músicas no computador e no Itudo, vai correr ao som de Regando-te e sobe o morro do Cristo com Faraó, não sente a menor falta. A Timba acaba, sim, quando Carlinhos Brown quiser. Ele é o dono da brincadeira. Inclusive, acho também ache que ele deveria deixar a banda voar um pouco mais sozinha. Essa história de depender dele pra começar o ensaio do ano e não participar do Arrastão porque ele decidiu não ir, é coisa de quem tem medo da criatura superar o criador. O que é bobagem, porque Brown é Brown. Com besteiras ou não, ele é massa !!!
Comecei a sair carnaval com minhas amigas, Jô e Eliete (Cadê?) de forma bem light. Ficávamos assistindo TV, esperando Daniela Mercury entrar no Campo Grande com Os Internacionais e nos picávamos pra Avenida Sete pra ver o trio dela passar. Esperávamos até o Cheiro e/ou Eva, depois voltávamos pra casa. Tudo na base do refrigerante. Anos depois, saí pela primeira vez num bloco e foi justamente no bloco Timbalada. E sozinha. E pra conseguir foi o caos. Primeiro, porque minhas amigas desistiram. Mas eu fui. Peguei meu cartão de crédito e me joguei na sede do bloco.
A Timbalada (bloco e banda) sempre foi muito desorganizada. Até hoje. Pra comprar enfrentei fila quilométrica, pra pegar abadá, enfrentei outra fila, muita confusão, sol na cabeça, fome… E pra sair no bloco foi outra loucura. Pra se ter ideia, convidaram Zezé de Camargo e Luciano pra sair junto. Depois, decidiram sair um dia na Avenida e, como saíram muito tarde, por conta da ordem dos trios, encontraram muuuuuuuuuuita gente bêbada na rua. Resultado: Não conseguiram completar A Latinha uma vez. Era muita confusão. Nessa época, Carlinhos Brown não tinha seu Camarote Andante e ainda saía no Bloco. Ele parava a música, dava aquele sermão, colocava Zezé de Camargo e Luciano ( coitados, porque ninguém queria ouvir É O Amor) pra cantar e levava vaia. Muita vaia. E gente sentada no chão como protesto. Foi louco mesmo. Mas ainda assim me apaixonei. Os dias na Barra foram incríveis. Os Timbaleiros são uma nação e se comportam como um grupo, todo mundo meio que se conhece, mesmo sem se falar o restante do ano. Todos anos acontecem reencontros e mais reencontros. Gente com pintura, sem pintura, mas tatuados no coração. Bonito, não?
Depois disso, vieram Hilton e Érico, meus parceiros de muuuuuuuitos blocos. Saíamos juntos no Acadêmicas, Timba, Pinel (com Ivete e Timbalada)… Tudo na base da Fanta. Depois a cachaça entrou em nossas vidas, todo mundo migrou pra Os Mascarados e nos juntamos a outra gangue… Igor, Rodrigo, Karol, Débora, Jarbas, Ricardo… com quase todo mundo de arte. Era praticamente um bloco de conhecidos. Vestíamos nossas fantasias e íamos atrás de Margareth Menezes. Até que a maluca “diz que” bebeu o tal do chá e desistiu do bloco. Problema dela.
Depois, conheci Sergio, um amigo-cearense de Igor, timbaleiro, que vinha à Salvador todos os anos pra sair na Timbalada e no que aparecesse de bom !!! Pense no carnaval !!! Ele é um. Depois dele, todos os anos vamos de Timba e quando a Timba não tiver, a gente inventa. Ano passado saímos na Mangueira. Tensos, mas felizes. Coisa chata aquele povo das alas gritando : “Anda, canta, corre, pra frente…”. Me senti uma vaca. Problema meu.
Esse ano fomos de Luis Caldas no Clube Fantoches na terça, de Timba na quarta num show no “finado” Baiano de Tênis. Nem sabia que ainda tinha show ali. Fui pra tantos em minha adolescência. Os ensaios do Chiclete eram todos lá. Aff… Muito bom !!! Tempos áureos do Chicletão, do Cheiro, do Asa, da Banda Eva ainda com Ivete, minha Timba surgindo… Ficar até de manhã pra pegar buzu e voltar pra casa… Tempo bom que não volta, mas que, graças a Deus, foi muito bem aproveitado !!!
Quinta-Feira fomos de Timba no Nana. Na sexta e sábado na Timba, no domingo no Coruja com Ivete, segunda repetimos a dose na Mangueira e na terça eu fui de pipoca, porque Sergio, incansável, se picou atrás de Daniela Mercury.
Um outro ponto forte dos meus carnavais é a minha casa, que se enche de gente e alegria. Às vezes, perco a paciência com a sujeira, mas nada que a alegria não derreta. Vale a bagunça, vale a animação… Isso sem falar na cachaça na cabeça (Hein, Débora?)… Carnaval é muito bom !!!
O meu bloco de carnaval é bem grande. Entre amigos, colegas, conhecidos, a turma sempre foi elástica. grande. Entre os que já vieram, não vem mais ou continuam vindo tem: Tem Mike (my love e agora super timbaleiro), Igor, Sérgio, Stefan, Marta, Michael, Kátia, Hilton, Érico, Carla, Débora (minha engov), Deborah, Karol, Lorena, Cristina, Cristiane, Luciana, Rosanna, Joe, Dave, Andrea, Lais, Marcos, Fábio, Bruno, Raquel, Camila, Junior, Fabiana, Magali… E tantos outros mil, que sempre vão fazer dos meus carnavais os melhores dos melhores dos melhores dos melhores. Valeu, galera. Até mais !!!
Com Sergio, Mariana, Natércia e Daniel
Com Isabela e Joceval (era o níver dele… Adoooooooooro !!!)
Com Igor e Sergio no “finado” Baiano de Tênis – Show da Timba
Com Mike, Sergio e Joe – Preparativos para Nana com minha Timba
Com Hilton, Dave e Sergio indo pra Timba
Com Sérgio, Fabiana, Magali e sobrinha no meio do Nana com minha Timba
SÓ ALGUNS OUTROS CARNAVAIS
Com Stefan, Sergio, Rick, whatever e Marquinhos – Nana 2012
Com Sergio – Timba 2012
Com Sergio de Pokémon – Mangueira 2012
Preparativos Bloquinhos no Rio, com Lucia, Eduardo e amigos
Com Sergio, Deborah e Mike – Timba 2011
Com Trisha, Deborah, Joe, Rosanna, Sergio Débora e Mike – Timba 2011
Apresentando o Carnaval Ouro Negro no Pelourinho – 2011
Com Karol e Débora – AfroPop em 2010
Com Karina, Débora e Sergio – Os Mascarados 2007
Com Cristina e Lorena (agora prenha) – Timba 2009
Com Fabrício e Débora – AfroPop 2009
Com Igor, Sergio e Stefan indo pro show TimbaBeats – 2009
Com Débora e Sergio, no Nana com a Timba em 2009
Com Débora – Os Mascarados 2006
Me vestindo de Elza Soares para Os Mascarados 2002

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19 de fevereiro de 2013
Saudades !!!
Quanto tempo !!! tenho muitas novidades, mas sem tempo agora. É muito tarde, estou no meio de uma prestação de contas, amanhã tenho muitos abadás. Vou dormir um pouco e logo, logo… espalho o que tiver que espalhar: carnaval (o meu carnaval foi tuuuuuuuuuuuuuuudo de bom !!!), nova casa (a gente tem que crescer), promoção, projetos. Eu venho. Prometo.
Fiquem com Deus e até mais !!! 😉

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3 de fevereiro de 2013
Qual é a cara do Brasil?
Não é de hoje que as pessoas vivem dizendo que tenho cara de gringa. Uma vez no Rio uma família me pediu pra tirar foto com eles. Outra vez, no Rio também, num casamento , umas mulheres falaram comigo em inglês, achando que eu fosse angolana (como se em Angola não se falasse português) e perguntaram se minha roupa era típica. Agora, da ultima vez, uma menina perguntou se eu preferia que ela falasse comigo em inglês, aí quando disse que preferia em português, ela falou aquele português lento e articulado para gringos. Puxado? Não. É só o retrato de um Brasil que não se conhece, muito menos se reconhece. Uma amiga me perguntou se eu não ficava feliz por ser vista como uma pessoa internacional. NÃO. Não fico feliz, não. Eu gosto de brasileira, gosto de ser baiana.
Ao contrário do que muitos julgam, os nordestinos amam ser nordestinos e ser vista como internacional não é elogio. Na minha profissão, ser de qualquer lugar talvez seja bom, não só ser vista como gringa.
Não. Não é bairrismo. Só estou questionando o fato de acharem que pessoas da minha paleta não são do Brasil. E é o que mais ouço. A SUA COR É DIFERENTE. Oi? “Você já foi na Bahia, nego? Então vá!” De onde eu venho o que não falta é a “minha base”. Na Bahia o que mais tem é preta que nem eu. É claro que esse e muitos outros tons, mas o meu é tão comum, tão meu, tão seu, não nosso, tão verde e amarelo.
Não, não é bairrismo, mas é. Eu amo a Bahia. Mas isso não me impede de amar o Rio, o Ceará, o Paraná… e entender cada lugar como Brasil. As pessoas preferem errar. Preferem falar em inglês pra depois jogar o português. Você já foi nos países quem falam outras línguas? Então vá. Vá ver se eles vã falar primeiro o português pra depois a língua deles. Fico com raiva toda vez quando as pessoas acham que chamar de estrangeiro é elogio. Não é. Cada um no seu quadrado. Não tenho nada contra gringos, nem contra Angola (amo, amarei mais quando conhecer)… Mas gosto de ser quem sou. Às vezes sou bairrista, sim. Daquelas que “morrem de raiva” quando falam mal de minha terra, de meu bairro, dos meus patrícios… Daquelas que espumam quando ouve idiotices do tipo: “Mas na Bahia vocês não fala bem o português”, mesmo porque nesse Brasil de tantos Brasis se for pra ser radical, português mesmo só em Portugal, né não? Só que não.
Mas não fico nem um pouco ofendida com as pessoas que acham que quem comete uma besteira, fez uma baianada, que o Brasil é só Rio, São Paulo e Sul, que Nordestino é burro e ignorante, que baiano escova os dentes com dendê, que a gente passa os 365 do ano pulando atrás do trio, que somos preguiçosos, que falamos como os lesados falam nas novelas, que preto bonito é gringo e muitas outras idiotices que faço questão de esquecer. Tem idiota pra tudo.
Também não ache uma chatice eu falar o tempo todo sobre isso. É só porque o tempo todo me lembram disso. Sou preta, brasileira, baiana, soteropolitana, cajazeirense, pernambuesense, ladeiradabarrense e muitas vezes andam com um pano na cabeça (pra muitos imbecis é uma toalha, mas pra mim é torso, herança dos meus ancestrais)… Posso até um dia bombar no inglês (adoro e quero), mas só como minha segunda ou terceira língua. Posso também morar em outro lugar… Mas não vou esquecer quem sou, de onde vim… E a minha primeira língua é o português ensinado por papai, mamãe, na escola… e que me desculpem os do contra, eu mando muito bem.
No fundo, eu até sei porque isso acontece. Porque a gente prefere se manter ignorante e achar que no Brasil negros e índios não passam de figuras exóticas e distantes. É só um Brasil que em tempos de google, de instagram, de bambambam… sabe do mundo e não sabe de si. O que é uma pena. Whatever…

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2 de fevereiro de 2013
Sou Preta !!!
Me desculpe, mas “basta olhar pra mim pra ver que eu sou PRETA da Bahia”. Basta olhar.
Me olhe, se olhe, olhe o seu país, olhe seu lugar e tenha certeza de que o mundo não se resume ao seu umbigo.
De onde eu venho essa e muitas paleta bombam !!! Qualquer duvida, jogue no google.
Ô delíciaaaaaaaaaaaaaa !!! Whatever… 😉

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