MUITOS ABADÁS
25 de março de 2012
Lá se vão os Chico Anysio !!!
Essa capa do Jornal o Dia de sábado, dia 23 de Março, disse tudo. Lá se vão todos eles: Painho, Professor Raimundo, Tintones, Bento Carneiro, Chicos… Todos pra só Deus sabe onde. A gente até imagina que seja um lugar bem especial. Mas só quem foi sabe. Whatever…
Tem pessoas que a gente nem imagina que um dia vão morrer. Por mais que a gente saiba disso, é óbvio, nem pensa em imaginar. Nossos pais, por exemplo, dá até uma sensação de pecado pensar, um medo, um calafrio diante dessa possibilidade. Nãaaaaaaaaaaaaaaao. Até hoje não acredito que meu pai se foi. E isso já fazem 22 anos.
Pessoas como Paulo Autran, Paulo Gracindo, Raul Cortez, Cláudio Correia e Castro… Porra !!! Por que ? Por que ? São pessoas que entram na sua casa, não pedem licença, dão um show a cada personagem e vão embora sem pedir permissão, desculpas ou algo parecido. Agora foi a vez do velho Chico. Por mais que as suas ultimas imagens tenham sido de uma pessoa bastante debilitada, distante daquele senhor forte e altivo que deu vida a centena de personagens, é difícil aceitar que não vamos vê-lo mais com vida. A morte oficializa que a vida é assim mesmo, breve.
Chico Anysio fez parte da minha meninice, da minha adolescência… e quando penso em humor, só me lembro dele, do antigo Os Trapalhões, de Jô Soares… Humor elegante e inteligente. É claro que as brincadeiras eram feitas em cima das nossas fragilidades, mas nunca com falta de respeito.
O que me irrita um pouco são os oportunistas de plantão ou os sem simancol. Chatice alguns artistas respondendo o que era Chico Anysio, o seu legado, os textos prontos, os “viúvos de ocasião”… Gente, muitas vezes, forçando lágrimas, vestindo preto, óculos escuros e a velha cara de pau. Prefiro o povão falando, repetindo os bordões ou uma Glória Pires que chega e fala :”Não tenho o que falar, o que ele foi todo mundo sabe e é o que fica”. Pronto, falou. Mais do que é isso é… o que mesmo ? Nem gravo. Mas me irrito.
Mas entendo a tristeza geral, sim. Me sinto orfã também. Me sinto orfã de novo. Dá uma tristeza, uma sensação de estar perdendo alguém da família, um tio próximo e querido. Por mais que a gente já esperasse (muito tempo de sofrimento), é sempre triste quando vemos indo embora um guerreiro, principalmente aqueles que fazem parte da nossa turma de super heróis. Ô lembrança ploc !!! Ela é inevitável, mas essa dor causada pela tal de dona morte é de lascar. E o humor ?! Cadê o nosso humor ?! Tem graça nenhuma. Já se foi Mussum, Zacarias, a escolinha do professor Raimundo quase toda… agora se foi o velho e bom Chico… Tem graça nenhuma. “Se jogue, meu velho. Talvez para você tenha sido o melhor, mas pra quem fica, que porra, viu ?” Tem graça nenhuma. 🙁

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25 de março de 2012
Preguiça Estampa !!!
O que foi o final da novela “Fina Estampa” essa semana ? Que droga Agnaldo Silva tomou ? A novela, que já era completamente sem pé nem cabeça, terminou esfolada. Alguém sabe qual foi o final ? Estou esperando até agora Griselda voltar e falar que o que aconteceu na sexta-feira foi brincadeira e que o final será na segunda-feira, antes da estreia da próxima.
Que segredo chinfrim foi esse de Tereza Cristina ? E o final ? Ninguém sabe se ela virou comida de peixe, se se salvou com uma vassoura, se virou Mortiça Admans (aquele look no reencontro com Griselda na cena “final” foi surreal, u ó). Não estou falando de “contar uma historia”, estou falando de coerência. Cadê ? O que foi que fizeram com Cristiane Torloni, meu pai ? E Crô ? E o tal homem da tatuagem de escorpião? Que desculpa esfarrapada de não revelar o segredo pra gente ficar na dúvida eterna. Quer comparar com o segredo de Perpétua ?! Ora, ora, ora… Agnaldo Silva surtou. Ô novela ruim, ô personagens fracos, ô desculpa ridícula… Uma formatura fria, sem sal, uma felicidade frágil… Que preguiça. Que conversa pra boi dormir. Aquele discurso chocho da paraninfa… Que fim levou Solange, a funkeira ? E aquele incêndio fraco no tal galpão ? Que gasolina mofada foi aquela que esperou uma cena enooooorme para, finalmente, acabar com tudo ? Que fim levou Bia, Daniele, Pedro Jorge… ? Que preguiça. Pra que desenvolver tantas histórias se não tem capacidade de fechar ? Porra, que preguiça.
Ele ainda teve coragem de se indignar com uma pessoa que falou mal da novela no twitter. Não entendi. A gente tem que achar aquilo massa, é? Não tem ator bom que se salve com roteiro bomba. Que o diga Fernanda Montenegro com a sua “Cadê Zazá?”. Cadê Zazá ?
Aí é puxado. Ô. Eu é que tenho preguiça de tudo isso. Afff !!!

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17 de março de 2012
O tempo passa…
Dia desses reencontrei um vizinho, da época de adolescência, e vi em carne e o osso o retrato da passagem do tempo. Aquele mesmo cara que aos olhos de 10 entre 10 adolescentes da rua era O GALÃ, digno de novelas e filmes americanos, com sua beleza apolínica, agora tinha que aturar o mais cruel desaplauso. Tomei um susto e pensei o quanto o tempo costumava ser cruel com alguns. As pessoas mudam muito, assustadoramente.
Lembrei-me também de pessoas que nem precisam desse tempo para se desaplaudir. “Cai da laje” sem muito esforço, basta um desamor, alguns litros de cachaças, outros litros de lágrimas derramadas, mais uns quilos de anti-depressivos e… UI. Cadê ?
Para outras pessoas, ao contrário, esse tal tempo é generoso, é eficaz, é divino. Tem gente que só melhora, só acrescenta… Cada fio de cabelo branco é simbolo de vitória, cada ruga é sinal de um degrau avançado…
Eu não tenho medo do tempo. Inclusive, sem modéstia alguma, acho que ele é meu amigo. Fico me olhando no espelho, lembrando dos meus feitos, da Patrícia de hoje, da Patrícia de ontem, das coisas que vivi, que escolhi viver, que insisti, desisti… e só tenho a agradecer. Não falo só de idade, não. Falo da maturidade, principalmente. É fato, não é conto de carochinha, que quando a gente passa dos 30 as coisas mudam. Uma ressaca vem outra sensação. Duas doses e os olhos abrem de outra forma. A pele sente os fenômenos da natureza de outro jeito. A velocidade do resultado dos exercícios praticados numa academia vem lenta e torturante… Cadê? Cadê? Cadê?
Mas o mesmo tempo que tira, dá. E o que ele dá é infinitamente melhor do que supõe os nossos pensamentos mais superficiais a respeito dessa passagem.
Tudo isso consegui ver em minutos. Nos minutos mais lentos dos últimos tempos. Meu vizinho-ex-gato na minha frente e eu só conseguindo enxergar uma carcaça infeliz e descartável. Não pela passagem do tempo e sim pela passagem da vida supostamente esboçada em seus traços decadentes.
“Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo…”

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4 de março de 2012
Um Coletivo de Artes…
Passei tanto tempo falando sobre mim, através dos meus mil e um desabafos… Agora está na hora de ouvir outros, compartilhar os meus, entender, me entender, teatrar… Me juntar aos meus amigos queridos e trabalhar, trabalhar, trabalhar… O Coletivo de Artes SOB TODOS OS OLHARES está chegando com força total. Pra começar vamos de Workshop Absorvente ! Concurso de Dramaturgia. Vamos ?

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4 de março de 2012
Depois do desaplauso…
Passado o carnaval, muuuuuuuuuuitas histórias !!! Dia desses, um amigo, instigado pela história que vivi há algum tempo, veio conversar comigo sobre suas mazelas amorosas. É, algumas histórias são mesmo parecidas. Uma pessoa se apaixona por outra, que não está tão afim e, mesmo assim vive, “cozinhando-a”, guardando-as para os momentos de carência. Aí a pessoa apaixonada vive interpretando as migalhas dadas, como simbólicas provas de amor. A pessoa transita entre “o encarar a realidade” (ele não está tão afim de você) com “a ilusão bandida” (ele está afim, só não quer admitir”. O tempo pode ser longo (alguns dizem que as paixões duram dois anos, tornando-se depois amor ou desilusão), mas, de certo, passa. Por experiência própria, inclusive.
A verdade é que num belo dia você acorda, depois de já vim há algum tempo trabalhando o desapego (é normal querer que passe logo, mas vai durar o tempo que tiver que durar) e percebe que “já deu”. Aí é só oficializar essa morte e partir para outra vida, que não necessariamente é uma nova paixão. Ou talvez até seja, uma nova paixão por você mesma. Uma outra coisa é certa : Enquanto não se tem coragem de se oficializar essa morte, é porque ainda existe vida. E enquanto existe vida, há esperança de que algo (mesmo que em meio a um turbilhão de obsessões) ainda vai acontecer.
Fui “idiotamente” apaixonada por um cara há alguns anos. Na verdade, minha única “grande obsessão”, graças a Deus! Mesmo sem saber na época, vivi minha crise dos trinta. Sempre vivi muito bem minha solteirice, minhas festas, meus livros, minha TV, meu blog, meus “amores”… até o dia em que todas as minhas amigas estavam “enroscadas”, “paridas” e me pressionando. Sabe aquele olhar ou texto “Quando será a sua vez, hein? O tempo está passando”? Eu dava de ombros, mas aos poucos fui sentindo o peso e de repente me agarrei a primeira “historinha que criei” e queria muito que desse certo. O cara não era feio, era independente, morava fora de Salvador (estava em crise com minha cidade)… era tudo que pedi a Deus. Só que a historinha era minha e o “príncipe” não passava de um “sapo”.
No fundo, eu até sabia, mas quis pagar pra ver e paguei caro. Perdi minha paz, perdi minhas milhas, perdi muita coisa… Por mais que o bom humor não me faltasse, eu perdi muita coisa, principalmente, meu precioso tempo. O cara foi u ó, daqueles de criticar roupa, perfume… E mesmo mal, no ápice da minha consciência (sempre quis ser forte), escolhi assumir e viver TUDO até o fim, até esvaziar, até não ter para onde ir, a lágrima pra secar… E outra coisa é verdade: As vezes, o tal cara foi péssimo comigo. Com outra pessoa, talvez, ele seja legal. Até porque ninguém faz com a gente o que a gente não permite. E a maluquice foi minha.Só valeu, porque talvez se eu não tivesse passado por isso, não teria a maturidade e a tranquilidade que tenho hoje para viver minha “boalação”, o meu “amor maior, recíproco e saudável”… Independente do que nos reserva o futuro, já valeu a pena. Amo muito tudo isso.
Ontem, na formatura de uma amiga, ocorreu um fato engraçado e curioso. Em meio a turbulência que vivia na época do desaplauso, a mãe, a tia e a senhora que trabalha na casa dessa amiga, sempre me diziam que pediriam a São José (o santo da família) para cuidar de mim e me dar um homem de verdade. Quando eu ia lá, elas perguntavam “E aí? Estamos rezando, viu?”. Era engraçado. Eu nem acho que estar numa relação resolva os nossos problemas. Pelo contrário, acho que a gente só consegue ficar bem com o outro, quando consegue lidar bem com o estar sozinha. As pessoas não podem ser as responsáveis pela nossa felicidade. Quando as reencontrei, ontem, e elas viram meu gatinho-delícia vieram logo me falar “Menina, São José exagerou! Seu bofe é lindo!”. Eu “me” ri e soltei “É, São José arrasou mesmo!” E era eu reencontrá-las pela festa e gritar “Obrigada, São José!”.
É, não tenho que me queixar, não. Deus, São José, Oxum… arrasaram !!! Na verdade, eles arrasam sempre e a maluquice é nossa !!!

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