26 de agosto de 2011
Desde que o mundo é mundo foi aprendido e apreendido “machisticamente” pelo homo sapiens, que o homem é o provedor, a mulher é parideira, que o homem solteiro é “o galã cobiçado” e a mulher solteira é “a encalhada ou a puta” e, por mais que as coisas mudem, que os pensamentos avancem, algumas visões parecem andar cada vez mais para trás. Não por causa de quem e/ou do que, sempre lidei bem com o meu “estar solteira”, sem ligar muito para os “achismos” alheios. Acho que, por isso, muita gente ache que não tenho cara de mãe, como se isso pudesse ter uma cara. Enfim… essa é outra questão que não me cabe mais questionar. Cada qual com as suas teorias, que a meu ver, é só preconceito.
Bom, continuando o que estava falando, de repente… todas as minhas amigas casando, ou tendo filhos, ou indo morar junto… e eu, até então, muito bem resolvida com a minha solteirice e posição de mulher independente e pra frentéquis, caí no H de X e diante do primeiro mais ou menos que apareceu no caminho, virei “Totó”. Acho até que já falei sobre isso. Rolou aquela super pressão, sabe? Afinal, passando dos trinta, estava caminhando ou pra “putaria” ou pro “encalho”. Então, a minha historia, que sempre tinha sido “luru, não estou nem aí”, passou a ser “a da engolidora de pilhas”. Foi quando me vi diante de uma maluquice, criando várias historinhas e me alimentando de migalhas.
O pior é que todo mundo passa mais ou menos por isso um dia. Tem gente que coloca a prova até a sua relação com o álcool? Te acusando de algo que, no fundo, nem é problema seu. E sua fase “Reginaldo Rossi”, bebendo pra esquecer ou pra lembrar (de que mesmo?) de passagem por uma “paixão ridícula e adolescentemente tardia”, passa a ser desculpa pra neguinho tentar boicotar um bem importante: a auto estima. E daí pra ridicularizar sua roupa, seu cabelo, seu perfume, seu sotaque, seu mundo… é um pulo. Problema seu? Talvez. Porque é questionável mesmo o amor próprio de alguém que aceita esse tipo de falta de respeito.
Mas como Deus é Mais e Mais, a muluquice, quando vista como maluquice, vai embora na mesma velocidade que veio. Um dia você acorda, olha para o lado e pergunta: “O que foi isso? O que foi que eu vi ali? Pra que tanto esforço por tão pouco?”. Aí você aperta o botão do FODA-SE e volta para o seu mundo, que pode ser cor de rosa, azul, lilás, amarelo, colorido… mas é o seu mundo. E Deus, além de legitimar sua carta de alforria, te presenteia com a sapiência. Essa, dona de uma serenidade incrível, te faz enxergar que seu pior inimigo é o medo. Nesse caso, o medo de não mudar de Estado Civil, medo de não suprir as espectativas alheias. Aí você pensa: “Pra que mudar de qualquer jeito? Pra que mudar pra pior?” É quando, ao invés do medo da solteirice, você passa a entregar a linha de sua vida ao Tempo. Ninguém morre por ser solteiro. Morre por solidão, por desistência da vida, por abandono dos outros e de si mesmo. E de repente, você abre os olhos e se vê diante de um amor recípro e saudável. Um amor que não te mata, que te faz viver, que te levanta. Um amor que você gosta, mas não precisa, que te soma e não te diminui. Um amor que, independentemente do que o futuro lhe reservar, já está valendo.
Não vale a pena insistir numa história em que você está sozinho. Talvez o melhor seja abrir mão. Se sair !!! Não se alimentar de uma comida insossa, em que os temperos nunca são encontrados. Abrir mão e fazer uma nova comida. E assim ter condições até de olhar na cara do sujeito, entender que passou, que tudo foi risível e que você sobreviveu.
O resto é auto ajuda, que também serve, apesar de todos os preconceitos. A gente lê, reflete, se indigna, reler, reflete novamente, conclui e segue adiante.
E tem mais: Não é bom magoar uma mulher e fazer de seu coração de peteca, não. A pior coisa que tem é uma mulher ferida. E como bem li num dos status de uma amiga no face: “Mulheres são anjos. E quando alguém, por maldade, quebra suas asas, elas continuam a voar… de vassouras! Porque são FLEX!”. 😉
Um cheiro.

23 de agosto de 2011
Nesse ultimo mês só se fala em Ginecchini e sua doença, na morte de Amy Winehouse e no prazer do cu dado de Sandy. Pra que transformar isso nos assuntos eternamente principais de nossas vidas?
Câncer não é novidade pra mais ninguém. A gente pode, sim, rezar por ele e também para que não sejamos abatidos por tal doença. É pra rezar messsssssssssmo, porque a porra é super democrática. Mas DEUS é sempre Mais.
A morte (a morte) de Amy já era esperada por todos, há anos, apesar da gente sempre acreditar numa luz no fim do túnel. Até porque os “ídolos” não deveriam morrer, né? Já se sabe que a menina não morreu por overdose de drogas ilícitas, viu, fofoqueiros de plantão? Nos exames só deu álcool no sangue. Acho que o coração dela deve ter retado por isso. Nos resta também rezar para que ela possa finalmente descansar. Isso, se a gente deixar.
Só mais uma coisa: Que raça de pessoa foi essa que registrou o nome Fundação Amy Winehouse antes mesmo do corpo da menina esfriar pra arrancar dinheiro da família dela? Já era sabido que o pai iria abrir a Fundação para amparar viciados e combater uso de drogas, um carinha foi lá e registrou o nome antes e tornou-se o dono da patente. O pai, se quiser ainda o nome, precisa comprar nas mãos desse aproveitador. Resultado: em meio ao luto, a família ainda teve que devolver os cheques nominais já doados, porque tal Fundação está registrada por outra pessoa. Aproveitador é pouco para definir tal atitude digna de gente mau caráter. Se eu fosse o pai, esquecia esse nome e criaria a Fundação Rehab e mandaria o tal DONO engolir. Nada mais oportuno.
Em relação à tal frase polêmica de Sandy afirmando ser possível sentir prazer no sexo anal, só tenho a dizer que tenho pena do país careta, machista, limitado e infeliz que temos. Aos 14 anos quase todas as mulheres são virgens e a maluca deu essa declaração mais ou menos com essa idade. Passados mais de dez anos, CASADA, a mesma maluca soltou a tal frase do cu e o Brasil todo caiu em cima, questionando como a tal virgenzinha ficou tão “espertinha”? Eu li a entrevista e lá tem até mais coisas. Ela diz também que mulher tem que se masturbar para conhecer o corpo, que tem curiosidade em conhecer um clube de swingue, que gosta de transar ouvindo jazz, que compra calcinha fio dental… Sabe por que isso aconteceu? Porque ela cresceu, ficou adulta, como todo mundo cresce um dia. Não é isso?
Tem alguma novidade descoberta apenas pela “cientista” Sandy que eu não estou sabendo? Aos 14 anos o que normalmente as meninas pensam? Em fazer 15 anos com aquela festança (ou ir à Disney), casar, ter filhos… Tudo ainda muito utópico e romântico. É claro que muitas adolescentes de hoje já se separam com essa idade, mas a grosso modo, com essa idade, ainda somos um tanto ingênuas, ao ponto de afirmar o que, muito provavelmente, não vai acontecer. A vida vai nos fornecendo elementos que nos transformam e nos moldam.
E vamos combinar que quem nunca deu o cu, dará, tentará, pensará, falará… ou tudo ao mesmo tempo agora em algum momento na vida? Ou estou louca? Nessas horas, vemos o quanto, apesar de nos julgarmos moderninhos, somos caretinhas e preconceituosos. Porra. A gente nem pode ser o que é. Não pode ser bicha assumida, não pode ser bicha encubada, não pode ser negro resolvido, não pode ser negro engajado, não pode ser mulher virgem, não pode muler solteira e transar com quem quer, não pode ser gringo, não pode ser nordestino, não pode ser 100% branco… Isso dá uma preguiça, uma aflição. Larga da gente, supositório !!! A vida já é tão puxada, se a gente não puder nem ser o que é, com erros e acertos, o que mais poderemos esperar desse mundo? O último a sair, apague a luz, s’il vous plaît !!!
Não sou advogada de Sandy. Estou aqui BRIGANDO pelo direito de ir e vir, nos dado textualmente pelo livre arbítrio. Um saco tanta falação por causa da vida sexual de terceiros. E ela METEU na entrevista, viu? ADOREI !!!
Na dúvida, a melhor solução nos três casos é rezar? Principalmente, pelas nossas almas sujas !!!
Vou ali, porque também já estou falando demais.
Ah !!! Ainda não engoli “quem matou Norma” !!! Por que Wanda, gente ? Antes fosse Leila de Vale Tudo, né? Poderia ter virado matadora de aluguel, depois de ter dado cabo em Odete. Mais criativo.
Um cheiro.
23 de agosto de 2011
Incrível como nós, seres humanos, adoramos criar “monstrinhos”. Eu, por exemplo, tenho alguns, tenho medo de algumas coisas, devo confessar. Nada que me imobilize, graças a Deus, mas coisas que me acompanham e me fazem ter uma suspensão vez por outra. Exemplos?
Bom, desde criança tenho medo de fantasmas. Ok, ok. Sei de todos os textos: “A gente tem que ter medo dos vivos, não dos mortos”, “Isso é besteira da sua cabeça”, “Um morto não vai te fazer nenhum mal”… Mas é isso. Lembro-me que isso começou com a morte de Tancredo Neves. Ficaram falando tanto sobre isso na TV, nas ruas… que fiquei com medo que o velhinho viesse puxar meu pé.
E não é todo morto que me causa medo, não, só alguns… Acho que, na verdade, fico impressionada com algumas histórias e fico pensando muito tempo sobre isso. Então, quando vou dormir, minha mente suuuper trabalha. Aff… U ó.
Mas isso não faz com eu deixe de dormir sozinha ou enfrente tal medo, indo ao banheiro durante à noite e dormindo com a luz apagada… Eu fico piscando, meu oração acelera muito… e quando vejo que o negócio está puxado, rezo e grito: “Não venha, não. Não tenho condições de te ajudar. Vá procurar alguém que entenda isso melhor, ok?”.
Ao mesmo tempo, me sinto protegida por alguns abangs (mortos na língua “Ik”), tenho algumas sensações boas, um cheiro de perfume, uma áurea boa no ar, só não quero que apareça pra mim. Não sou evoluída nesse sentido. Eu sei que eles existem, acredito em espíritos, sim. Nos iluminados e nos atordoados. Se for do bem, pode ficar me protegendo, se não for, se saia. Mas qualquer que seja X, não quero ver não, ok? Estamos combinados nesse modelo.
Outra coisa que me apavora é doença. Quando aparece uma nova ou alguém doente, ói Patrícia já se imaginando com os sintomas. Não preciso nem detalhar que já analisei meu pescoço milhares de vezes para ver se tem algum gânglio alterado só por causa do que aconteceu com Gianecchini, né? E quando na TV fala sobre meningite (mais um caso) eu olho logo pra ver se meu queixo chega ao meu tronco, se minha cabeça está doendo, enfim… E se os gases me atacam lá vou eu pensar besteira !!! É puxado mesmo.
Mas pra tudo isso, a gente reza, né? A gente segue e procura formas de não ficar pensando nisso. Porque os medos estão por aí mesmo, em todo canto… pra gente cuidar e espantar. O ser humano é cheio de maluquices, a gente só precisa aprender a calibrar. Esse meu desabafo, aqui, por exemplo, é uma forma de expulsar essas doideras. Felizmente (ou não), não estou sozinha nisso. Dia desses vi uma entrevista de Zeca Pagodinho confessando que tinha medo dos “Gasparzinhos”. Hoje, enquanto dormia, senti alguém puxando minha orelha. Virei pro outro lado e voltei à dormir. Ahhhhhhh, deixei pra pensar sobre isso quando acordasse. E agora acordada volto a repetir: “SE SAIA !!! NÃO TENHO CONDIÇÕES DE AJUDAR NINGUÉM E DEUS É MAIS !!!
O RESTO É CHAMAR OS CAÇA FANTASMAS ou COMPRAR UMA CAMISA DE FORÇAS !!!
Aff…
12 de agosto de 2011
O blog voltou com as entrevistas… Confesso que estava com muita saudade !!! E nada melhor do que esse recomeço rodeada de amigos. Será que eu estou tomando jeito de gente? 😉
TOMA JEITO DE GENTE! é a frase que a gente ouvia, quando criança, aprontava alguma peraltice ou deixava de fazer alguma coisa. Era frase de mãe, de pai, de tia, de vizinho… Gente que reproduzia o que também já tinha ouvido em sua época, gente que berrava o que, muitas vezes, também precisava ouvir… Lembra daquela história de um soneto de Gregório de Matos e que não me canso de repetir? “A cada canto um grande conselheiro/Que nos quer governar a cabana, e vinha/Não sabem governar sua cozinha,/E podem governar o mundo inteiro./Em cada porta um freqüentado olheiro,/Que a vida do vizinho, e da vizinha/Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,/Para a levar à Praça, e ao Terreiro/Muitos Mulatos desavergonhados,Trazidos pelos pés os homens nobres,/Posta nas palmas toda a picardia./Estupendas usuras nos mercados,/Todos, os que não furtam, muito pobres,/E eis aqui a cidade da Bahia.”
É assim também mais ou menos a história de TOMA JEITO DE GENTE, novo solo do ator Ricardo Fagundes (Dom Quixote / A Bofetada / O Grande Passeio), com texto e direção do também ator Jarbas Oliver (A Bofetada / A Vida de Galileu / Siricotico) que teve estreia no Teatro Gamboa Nova e estará em cartaz as sextas e sábados de Agosto, sempre as 20 horas.
Ricardo Fagundes e Jarbas Oliver (ator e diretor de Toma Jeito de Gente!)
E é nesse clima de estreia que começaremos esse bate-papo. Estreia do solo de Ricardo e estreia de Jarbas como autor e diretor.
Não é porque eles são meus amigos, mas talento e obstinação não faltam a esses dois rapazes, que eles se conheceram na Escola de Teatro da UFBA, há mais de dez anos, se formaram, se profissionalizaram, trabalharam juntos em alguns espetáculos, dentre eles, o sucesso A Bofetada, da Cia de Patifaria. Um já é Mestre em Artes Cênicas, o outro quer ser mestre da própria vida. Ricardo Fagundes e Jarbas Oliver são o que a gente pode chamar de artistas multifacetados e obstinados. Particularmente falando, considero estar a frente de um monólogo um ato de coragem, que poucos atores podem e conseguem fazer. E os dois, em papéis diferentes, resolveram enfrentar esse desafio.
Ricardo em seu TOMA JEITO DE GENTE !
É a primeira experiência de Jarbas como autor e diretor e a primeira parceria dos dois como donos de um produto. Tudo isso com o aval da QUATRO Produções Artísticas, produtora formada por jovens artistas, que cansados de serem reféns de trabalhos, resolveram se juntar e bancar os próprios sonhos. E TOMA JEITO DE GENTE é a realização de mais um desses sonhos.
O resultado dessa união de artistas versáteis, nós veremos durante toda a existência dessa montagem, que teve uma estreia emocionante, vibrante, divertida e feliz !!! Para celebrar o “debut” fomos todos a sede da QUATRO, no Garcia, onde o Chef Amândo Damásio nos presenteou com iguarias de primeira qualidade !!! Com certeza, uma excelente forma de brindar essa temporada, a meu ver, já promissora.
Ah !!! O espetáculo também conta com o outro mil e um, Nilson Rocha, na Assistência de Direção e Saulo Viana, na Trilha Sonora.
Com a turma da QUATRO no coquetel capitaneado por Amando
Vamos conversar um pouquinho com Ricardo e Jarbas, na volta das entrevistas do Abadá?
POR QUE MONTAR UM SOLO?
Ricardo:
Fazer Teatro é um custo e um aprendizado. Envolve muita gente. Sei sobre o que quero falar e como não podia reunir uma equipe muito grande, resolvi fazer um solo. Na realidade, é um projeto composto por várias pessoas por trás: 5 produtores, 1 sonoplasta, 1 assistente, 2 técnicos de operação, 2 cenotécnicos e mais 1 diretor. Imagina se eu colocasse mais atores no elenco? rsssssssssssss
O QUE PODEMOS ESPERAR DE “TOMA JEITO DE GENTE”?
Ricardo:
Um espetáculo feito com muito amor, verdade, sarcasmo, dixote e coração. Para tocar na alma.
Jarbas:
Eu acho que o que se pode esperar deste espetáculo é um reconhecimento do ser humano que mora em você. O personagem acaba sendo um espelho pra todos nós e este reflexo trás momentos divertidos, puros e emocionantes.
VOCÊ ACHA QUE O ATOR ATUALMENTE É UM EMPREENDEDOR OU AINDA É UM MOVIMENTO TÍMIDO?
Ricardo em “O Grande Passeio”, solo de conclusão do Mestrado
Ricardo:
Esse é um caminho inevitável para quem quer crescer, ampliar os horizontes. Faço por necessidade e vocação e isso me ensina muito sobre o ser humano. Me coloca num patamar de inserção em diferentes áreas desse ofício.
Jarbas:
Eu acho que é um movimento muito tímido, a prova disso sou eu mesmo.
COMO É DIVIDIR FUNÇÕES: ATOR/DIRETOR/AUTOR/PRODUTOR? O QUE É MAIS DIFÍCIL?
Ricardo:
Quando se tem paixão pelo que se faz, chegamos lá e de barriga cheia. Cada função tem sua especificidade, como aprendi com Fernanda Paquelet a ampliar os horizontes, acabei por me tornar um profissional que transita muito bem em diferentes áreas e lugares.
Jarbas:
Definitivamente pra mim a parte mais difícil é a produção. Tanto que Ricardo fez toda esta parte (muito bem feita).
Falar com as pessoas, vender minha ideia, ser simpático diante de um “não” são coisas que eu ainda preciso trabalhar em mim. Eu não tenho talento pra estas coisas, mas sei que preciso aprender muito sobre esta área. Aliás, acho que todo ator tem que conhecer um pouco de todas as áreas do teatro.
COMO ESTÁ SENDO DIRIGIR SEU PRÓPRIO TEXTO, APÓS INTERPRETAR TANTOS PROJETOS DOS OUTROS? E QUAL FOI A SUA INSPIRAÇÃO NO MOMENTO DE CONCEBER O TEXTO?
Jarbas, como ator, em Siricotico…
Jarbas:
Dirigir o meu próprio texto é muito bom e muito perigoso porque, como ator, fico querendo dar a minha interpretação para o personagem quando, na verdade, eu preciso ver este personagem vindo através do trabalho de interpretação de Ricardo. Aprender a ter esta paciência foi um exercício maravilhoso pra mim dentro deste novo terreno, o terreno da direção.
Quanto à inspiração pra escrever o texto, ela veio de longas conversas que tive com Ricardo a respeito do tema, assim como, experiências próprias e experiências de conversas com muitas pessoas a respeito da força desta frase nas vidas de muita gente.
VOCÊ SE INSPIRA EM ALGUÉM PARA INTERPRETAR A PERSONAGEM?
Ricardo:
Rssssssssssssssssssssss Em tanta gente…. tantas Patrícias, Ricardos, Déboras, Igors, Jarbas, Chicas, Roxas, Veras, Maurícios, Narcisos, Ritas, Tamiles, Gretas, Nilsons, Lelos, Marcelos, Laíses, a família Boliveira por completo… e… é tanto que nem nem…
QUEM OU O QUE PRECISA TOMAR JEITO DE GENTE?
Ricardo:
Os políticos, policias, advogados, médicos em sua maioria. Tudo isso eu tenho alergia.
Jarbas:
Acho que o que precisa tomar jeito de gente é a política cultural do município e do Estado da Bahia.
COMO É NORMALMENTE A RELAÇÃO DAS PESSOAS COM OS SEUS VIZINHOS?
Ricardo:
Acredito que deva ser, mas nem sempre é de respeito. Relações divertidas, emocionantes… tive muitos vizinhos que construímos uma família… mas os atuais… ai, Meu Deus… precisam ter mais educação… não falam olho no olho… só por trás… é muito engraçado por que eles se comunicam através de cartas colocadas embaixo das portas… e quando se veem não falam o que se tem pra ser dito rssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss
Jarbas:
Este tipo de relação é sempre única. Por mais que existam os clichês, ainda assim, a individualidade de cada um é marcante demais pra ser uma coisa descrita, mas o que precisa melhorar são as relações humanas. Tem gente que é vizinho há anos de outro e nunca se falaram. As pessoas estão cada vez mais com medo. O ser humano acaba tendo medo dele mesmo.
A PERSONAGEM DO ESPETÁCULO CRIA UM JORNAL, QUAL NOTICIA GOSTARIA DE LER NAS PÁGINAS DOS JORNAIS?
Ricardo:
TODOS JÁ TÊM ACESSO A CURA DA AIDS;
O MUNDO PODE SE ALEGRAR MAIS: TODOS TÊM O QUE COMER;
SOTEROPOLITANOS AMPLIAM SEU HORIZONTE E VÃO À TEATRO, MUSEUS, CINEMAS, BIBLIOTECAS, SHOWS DE TODOS OS GÊNEROS… TODOS POR QUE PODEM, TODOS POR QUE QUEREM!
Jarbas:
“Prefeitura de Salvador reinaugura o Teatro São João na praça Castro Alves e devolve aos cidadãos o teatro Gregório de Mattos”;
“Pesquisas mostram que Centros de cultura e esporte, espalhados pelos subúrbios da capital baiana, diminuíram em 63% o número de criminalidade naquelas regiões.”
“Finalmente, o governo entendeu que a saída para o caos está na educação, na cultura e no esporte.”
COMO VOCÊ ENXERGA A MÍDIA ATUALMENTE?
Ricardo:
É só abrir e ler um caderno cultural baiano, assistir a um programa de TV baiano e abrir a Folha de São Paulo ou Sem Censura, por exemplo, e temos uma visão de nós e dos outros… rss… claro que se você assiste ao Soterópolis, Perfil, Boa Tarde Bahia, ouve o Multicultura, ambos da Rede Educadora, você fica mais sabido. Agora, Paty, é uma escolha ser ou estar…rs….
Jarbas:
A mídia é determinada pelos empresários que injetam dinheiro em muita coisa ruim.
No dia em que a arte falar mais alto que o dinheiro a mídia vai ser uma coisa muita boa.
COM O AVANÇO DA TECNOLOGIA, TODAS AS PESSOAS VIRARAM PAPARAZZOS, O QUE ELAS BUSCAM E POR QUE VOCÊ ACHA QUE ISSO ESTÁ ACONTECENDO? O QUE FAZ CADA DIA MAIS AS PESSOAS TOMAREM PARTE DA VIDA DOS OUTROS?
Jarbas:
Quando você cuida mais da vida dos outros e esquece de viver a sua, você esta deixando de ser feliz! Este é o drama principal deste personagem.
Acho esse negócio de paparazzo uma chatice porque não me interessa em nada saber quem esta namorando, com quem ou quem separou de quem.
Mas acontece que as pessoas gostam disso e se existe paparazzo é porque existe quem consuma estas fofocas. O problema é que a fofoca é do ser humano.
ATUALMENTE, SALVADOR ESTÁ RECHEADA DE PRODUÇÕES TEATRAIS… O TEATRO BAIANO ESTÁ SAINDO DA CRISE?
Jarbas:
Eu acho que não! Se Salvador esta recheada de produções teatrais é porque muita gente (como Ricardo Fagundes) tirou dinheiro do próprio bolso pra fazer o espetáculo. Ele está com a cara e coragem porque não existe um tostão do governo municipal e muitos menos do governo estadual neste espetáculo. Acho que as redes sociais nos ajudaram muito, mas foram os amigos que possibilitaram que esta peça estreasse.
Acho que boa parte da impressa baiana negligencia o teatro feito em Salvador e acredito que no dia em que a Bahia olhar pro teatro baiano com os olhos que ele merece aí sim sairemos da crise.
Pra você ter uma ideia as escolas particulares (isso pra não citar as públicas) não levam os alunos ao teatro.
QUEM JÁ TOMOU JEITO DE GENTE? (CITE ALGUÉM)
Ricardo:
Eu!
Jarbas:
Toda pessoa que é bem resolvida já tomou jeito de gente.
QUEM PRECISA TOMAR?
Jarbas:
Os políticos deste País! Estes sim, precisam tomar jeito de gente.
Whatever… É isso, meninos !!! Axé e merda merda, merda !!!