De onde vem os desabafos?
Ontem uma repórter me perguntou de que era composto SOB TODOS OS OLHARES. Me lembrei de quando construímos os textos. Retiramos das memórias, de histórias nossas, alheias, inventamos outras, mexemos em outras, enfim… de fato a vontade era falar mais, muito mais. A gente tem tanto pra falar. Mulher é tão composta.
Eu mesma não abri mão de incluir um poema que escrevi para um bofe uó que passou pela minha vida. Foi escrito bem no momento em que decidi apertar o botão do FODA-SE, sabe? Quando tudo que você já sabia começa a fazer sentido. Ele era pouco pra mim, eu sabia, mas o coração insistia em se enganar. O poema foi a linha, o o “jogar no google”. Engraçado, depois dele conheci o meu amor recíproco. Acho que foi minha redenção. Deus disse: “Acho que ela aprendeu a lição, podemos mandar o gatinho dos sonhos dela”. E mandou. Alguém diferente de tudo que imaginei. Do tamanho certo. Do meu tamanho. Do jeito que tinha que ser.
Essa sensação povoou meus pensamentos ontem quando a repórter me perguntou como construímos a nossa peça. Construímos com pedaços de nós, pedaços dos outros, com lembranças boas, não tão boas, péssimas… E neste final de semana estamos nos despedindo dessas mulheres. Pelo menos, por enquanto. Whatever…
SOB TODOS OS OLHARES, em cartaz até o dia 26 de Agosto, as 20 horas, no Teatro Gamboa Nova.
Te vejo lá.
