4 de março de 2012

Depois do desaplauso…



Passado o carnaval, muuuuuuuuuuitas histórias !!! Dia desses, um amigo, instigado pela história que vivi há algum tempo, veio conversar comigo sobre suas mazelas amorosas. É, algumas histórias são mesmo parecidas. Uma pessoa se apaixona por outra, que não está tão afim e, mesmo assim vive, “cozinhando-a”, guardando-as para os momentos de carência. Aí a pessoa apaixonada vive interpretando as migalhas dadas, como simbólicas provas de amor. A pessoa transita entre “o encarar a realidade” (ele não está tão afim de você) com “a ilusão bandida” (ele está afim, só não quer admitir”. O tempo pode ser longo (alguns dizem que as paixões duram dois anos, tornando-se depois amor ou desilusão), mas, de certo, passa. Por experiência própria, inclusive.
A verdade é que num belo dia você acorda, depois de já vim há algum tempo trabalhando o desapego (é normal querer que passe logo, mas vai durar o tempo que tiver que durar) e percebe que “já deu”. Aí é só oficializar essa morte e partir para outra vida, que não necessariamente é uma nova paixão. Ou talvez até seja, uma nova paixão por você mesma. Uma outra coisa é certa : Enquanto não se tem coragem de se oficializar essa morte, é porque ainda existe vida. E enquanto existe vida, há esperança de que algo (mesmo que em meio a um turbilhão de obsessões) ainda vai acontecer.
Fui “idiotamente” apaixonada por um cara há alguns anos. Na verdade, minha única “grande obsessão”, graças a Deus! Mesmo sem saber na época, vivi minha crise dos trinta. Sempre vivi muito bem minha solteirice, minhas festas, meus livros, minha TV, meu blog, meus “amores”… até o dia em que todas as minhas amigas estavam “enroscadas”, “paridas” e me pressionando. Sabe aquele olhar ou texto “Quando será a sua vez, hein? O tempo está passando”?  Eu dava de ombros, mas aos poucos fui sentindo o peso e de repente me agarrei a primeira “historinha que criei” e queria muito que desse certo. O cara não era feio, era independente, morava fora de Salvador (estava em crise com minha cidade)… era tudo que pedi a Deus. Só que a historinha era minha e o “príncipe” não passava de um “sapo”.
No fundo, eu até sabia, mas quis pagar pra ver e paguei caro. Perdi minha paz, perdi minhas milhas, perdi muita coisa… Por mais que o bom humor não me faltasse, eu perdi muita coisa, principalmente, meu precioso tempo. O cara foi u ó, daqueles de criticar roupa, perfume… E mesmo mal, no ápice da minha consciência (sempre quis ser forte), escolhi assumir e viver TUDO até o fim, até esvaziar, até não ter para onde ir, a lágrima pra secar… E outra coisa é verdade: As vezes, o tal cara foi péssimo comigo. Com outra pessoa, talvez, ele seja legal. Até porque ninguém faz com a gente o que a gente não permite. E a maluquice foi minha.Só valeu, porque talvez se eu não tivesse passado por isso, não teria a maturidade e a tranquilidade que tenho hoje para viver minha “boalação”, o meu “amor maior, recíproco e saudável”… Independente do que nos reserva o futuro, já valeu a pena. Amo muito tudo isso.
Ontem, na formatura de uma amiga, ocorreu um fato engraçado e curioso. Em meio a turbulência que vivia na época do desaplauso, a mãe, a tia e a senhora que trabalha na casa dessa amiga, sempre me diziam que pediriam a São José (o santo da família) para cuidar de mim e me dar um homem de verdade. Quando eu ia lá, elas perguntavam “E aí? Estamos rezando, viu?”. Era engraçado. Eu nem acho que estar numa relação resolva os nossos problemas. Pelo contrário, acho que a gente só consegue ficar bem com o outro, quando consegue lidar bem com o estar sozinha. As pessoas não podem ser as responsáveis pela nossa felicidade. Quando as reencontrei, ontem, e elas viram meu gatinho-delícia vieram logo me falar “Menina, São José exagerou! Seu bofe é lindo!”. Eu “me” ri e soltei “É, São José arrasou mesmo!” E era eu reencontrá-las pela festa e gritar “Obrigada, São José!”.
É, não tenho que me queixar, não. Deus, São José, Oxum… arrasaram !!! Na verdade, eles arrasam sempre e a maluquice é nossa !!!
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