10 de janeiro de 2013

Dona biópsia !!!





Desde criança sempre tive medo da palavra câncer. As pessoas julgavam sinônimo de morte e os que arriscavam pronunciar, só diziam baixinho “CA”. E quando alguém falava em biópsia, o outro pensava logo: “Vai morrer, vai morrer”

Com o tempo, as informações foram chegando, a tecnologia avançando… O pior se afastando, mas ainda assim ninguém nem quer pensar em ter. Que bicho que já levou gente, viu? Ao mesmo tempo, outras mil gentes se salvaram e vivem hoje com mais saúde do que nunca. Ou seja, tem que gente que morre de gripe, de comer capim e tem gente que morre de câncer.

Confesso que sempre fui hipocondríaca, maluca vulgarmente falando. Quando ouço alguma doença nova na televisão, já fico me avaliando. Sou louca mesmo. Nunca quis ler matéria sobre o câncer, não gosto de ler reportagens sobre isso, pulava essa parte das entrevistas de Gianecchini… enfim. Medo mesmo. Até que me deparei com uma novidade:

Todos os anos, a maluca que vos escreve, vai ao ginecologista. De uns anos pra cá, tenho feito ultrassom da mama também. Sempre tudo bem, mas nesta ultima vez o médico  “enxerido” encontrou um nódulo, segundo ele, suspeito, mas sem necessidade de preocupação. Como não me preocupar, né? Sou daquele tipo de pessoa que quando vai ao médico pensa: “Será?” E nuca foi. Sempre limpinha, limpinha. Desta vez, a possibilidade de algo, me deixou em suspenso. Sentia que não era nada, mas o “enxerido” viu uma porra  em minhas tetas. Primeira providência: monografia. Sempre ouvia do médico que eu não precisaria tão cedo por ser nova. Aí, de repente, a hora é agora. Primeiro sinal de envelhecimento. Oh, my god. Fui lá e fiz a porra. Antes do resultado claro que a doida de  cá foi futucar na net pra saber possíveis próximos passos e viu uma de tal punção. Tensa, tensa, tensa…

Aí, eis que SURPRESA: Desta vez era uma “enxerida”, que sugeriu foi mais trágica: pediu a tal BIÓPSIA, Cory alguma coisa. Claro que investiguei, fui ao médico, perguntei o porquê e era isso: “Você tem um nódulo, possivelmente benigno, mas…” O médico, desta vez um mastologista me disse também: “Faça logo, se resolver logo com o plano podemos fazer  isso amanhã”. Pensei: “Já?”, mas fui atrás. E quando ele me viu entrando pela sala no dia sugerido, soltou um: “Você é danada !!! Conseguiu dobrar o plano, hein?” É que, geralmente, os planos de saúde demoram um pouquinho pra liberar certas intervenções. Aí pensei: “Sou filha da minha mãe, rapá” e falei: “Claro. Vamos resolver logo isso”. Fui entrando pela sala, obedecendo as orientações da enfermeira, levantando minha camisa, deitando… O “enxerido” colheu o tinha que colher, foi otimista e ainda elogiou por eu ter me comportado e eu soltei: Eu quero boas notícias !!!”.

É claro que daria tudo certo. Senti isso. Mas poderia não dar. E estava preparada também.  Porque a única certeza que eu tinha era que não iria morrer. Saí chorando. Choraria de qualquer modo. E pensei no quanto somos sós e frágeis.  Passei por tudo isso sozinha, porque, muitas vezes, é assim que me sinto mais forte. Até comentei com algumas pessoas, mas preferi me guardar. Isso é algo solitário, particular, não queria ter que dar satisfação ou suprir a expectativa de quem que fosse, nem tão pouco gerar preocupações. Estou bem. 

Nesses últimos dias estive muito comigo mesma, apesar de estar no mundo, apesar de ter que pagar contas, de ter que trabalhar, de ir ao médico com mamis… Dediquei meu tempo a mim mesma. Descobri tantas Patrícias, tantas possibilidades.

Vai entender porquê justamente nesses últimos tempos decidi fazer terapia, vai saber porque decidi parar com as pílulas, porque tenho repensado tanto minha carreira… é preciso entender os sinais. Tá tão bom estar comigo, me compreender, entender que não tenho que agradar sempre, que muitas vezes não me entrego a algumas coisas por preguiça, por cansaço, que quando me decepciono com coisas e pessoas, eu desisto delas. Mesmo. E é irreversível. O problema é que não aviso. Isso pode parecer desleixo. E muitas vezes, não abandono por medo das avaliações. Pode não parecer, mas me importo com o que dizem, embora eu não me esforce pra ser perfeita.

É preciso ter tranquilidade pra passar por certas coisas. E esse estado vem da fé, vem do que te cerca, vem de Deus. Pude estar só porque sabia que se precisasse não estaria mais.  Era uma opção momentânea. Estou forte, estou bem, estou feliz.

Obrigada por mais um dia. Só por hoje, só por hoje, só por hoje. E que bom que seja hoje. Tudo bem, mas precisando de férias. Rápidas, mas precisando, sim. NOW. 😉
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