3 de novembro de 2011
FIAC… Polêmica?!
Trabalhei em todas edições do FIAC e, apesar de reconhecer que dindim é sempre bem vindo, estar envolvida diretamente é a minha principal motivação. Adoro !!! Desde a correria pra ver peças, conhecer artistas e pessoas novas, ter contato com a técnica, com a máquina, “vestir a camisa”, reconhecer, se reconhecer, se inspirar, lidar com pessoas de culturas e pensamentos diferentes, respirar teatro, ter leituras com outras línguas e sotaques, pensar teatro, “comandar pessoas”, fazer contatos, descobrir contatos, exercitar a paciência… Tudo isso em uma semana, tudo ao mesmo tempo agora. Gosto da energia que se instaura na cidade, da correria pra ver o maior número de espetáculos, de todo mundo trabalhando junto para que dê certo, de trocar impressões, de ver acontecer… Tudo isso não tem preço.
Justamente por esse envolvimento, tentarei (tentarei) não julgar essa polêmica que tomou conta da classe artística em relação ao critério da curadoria para seleção dos espetáculos baianos e outras coisitas mais. Não vou endossar, nem defender quem quer que seja. Apesar de achar que tudo é a forma (coisa aprendida com mamãe desde criança), acredito que se expressar é livre, melhor do que guardar e remoer. E é sempre massa ver as pessoas refletindo sobre e expressando seu ponto de vista.
Só acho que a gente precisa ter um pouco de cautela e não perder o foco. Esse negócio de desmerecer o trabalho alheio, fragiliza o argumento, esvazia a causa e torna o movimento passional. E se é para fazer crescer, sejamos sensatos então. Por exemplo, todo mundo reclama, mas quando se marca uma reunião para repensar a cultura do nosso Estado, boa parte não vai. O Filte quase não rolou por falta de verba e ninguém conversa sobre isso. No ano passado teve um Festival de Esquetes em Salvador, coordenado pela atriz Mariana Moreno. Alguém soube? Alguns disseram que não a conheciam. Aí eu pergunto: Alguém quis conhecer? Alguém quis acrescentar algo ao que achavam pouco? A gente quer mesmo que as coisas dêem certo? A Bahia conhece a Bahia?
Cadê o Julho em Salvador? E o Mercado Cultural? Aquele Mercado Cultural que tomava conta da cidade inteira? Por que ao invés de ficar questionando méritos e deméritos da carreira de terceiros a gente não propõe? E vamos combinar que o fato de alguém coordenar por quatro anos um festival de tamanha importância e trabalhar por este durante os doze meses do ano já abrilhanta o seu currículo? “Quem é ele?”? E quem somos nós? Querer contribuir, entender o critério das escolhas locais é até uma possibilidade… Mas que eu saiba não se trata de um Festival cooperativista… Pertence a algumas pessoas, que podem fazer da forma que quiser. É esse o critério. E não assistir a alguns espetáculos é puxado, mas faz parte, sim. E pensando que o dinheiro é publico, sabemos também que o projeto passou por uma avaliação e que aquela curadoria (da parte pública) aprovou ele assim, com essa proposta. Vai me dizer que se você aprovar um projeto num edital público não vai colocar quem você quiser?
Ai, isso entra naquela mesma balela do Prêmio Braskem de Teatro. Quem ganha fica feliz (Oba, R$ 5.000,00), quem não ganha questiona o critério, sem entender que é só um prêmio, escolhido por algumas pessoas, que as vezes leva para o pessoal mesmo, outras vezes não. Vai saber !!! Sabe por quê? Porque arte é subjetiva. E a gente nunca vai ser 100% compreendida. Melhor que venham outros, de igual qualidade e respaldo. A gente pode até questionar. É um direito. It’s free. E toda polêmica com bons desdobramentos é sempre válida. Mas desmerecer, já acho falta de respeito. E de respeito todo mundo gosta.
E se alguém quiser saber “quem sou eu?”, eu sou Patrícia Rammos, esse é o meu blog e aqui eu escrevo o que eu quiser. Whatever…
No resto, não me meto não. É problema de cada um. Super resolvido num bar, com cachaça, suco ou refrigerante. E quem quiser que se meta.
Whatever…

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