Ninguém morre de solteirice, morre é de maluquice…
Bom, continuando o que estava falando, de repente… todas as minhas amigas casando, ou tendo filhos, ou indo morar junto… e eu, até então, muito bem resolvida com a minha solteirice e posição de mulher independente e pra frentéquis, caí no H de X e diante do primeiro mais ou menos que apareceu no caminho, virei “Totó”. Acho até que já falei sobre isso. Rolou aquela super pressão, sabe? Afinal, passando dos trinta, estava caminhando ou pra “putaria” ou pro “encalho”. Então, a minha historia, que sempre tinha sido “luru, não estou nem aí”, passou a ser “a da engolidora de pilhas”. Foi quando me vi diante de uma maluquice, criando várias historinhas e me alimentando de migalhas.
O pior é que todo mundo passa mais ou menos por isso um dia. Tem gente que coloca a prova até a sua relação com o álcool? Te acusando de algo que, no fundo, nem é problema seu. E sua fase “Reginaldo Rossi”, bebendo pra esquecer ou pra lembrar (de que mesmo?) de passagem por uma “paixão ridícula e adolescentemente tardia”, passa a ser desculpa pra neguinho tentar boicotar um bem importante: a auto estima. E daí pra ridicularizar sua roupa, seu cabelo, seu perfume, seu sotaque, seu mundo… é um pulo. Problema seu? Talvez. Porque é questionável mesmo o amor próprio de alguém que aceita esse tipo de falta de respeito.
Mas como Deus é Mais e Mais, a muluquice, quando vista como maluquice, vai embora na mesma velocidade que veio. Um dia você acorda, olha para o lado e pergunta: “O que foi isso? O que foi que eu vi ali? Pra que tanto esforço por tão pouco?”. Aí você aperta o botão do FODA-SE e volta para o seu mundo, que pode ser cor de rosa, azul, lilás, amarelo, colorido… mas é o seu mundo. E Deus, além de legitimar sua carta de alforria, te presenteia com a sapiência. Essa, dona de uma serenidade incrível, te faz enxergar que seu pior inimigo é o medo. Nesse caso, o medo de não mudar de Estado Civil, medo de não suprir as espectativas alheias. Aí você pensa: “Pra que mudar de qualquer jeito? Pra que mudar pra pior?” É quando, ao invés do medo da solteirice, você passa a entregar a linha de sua vida ao Tempo. Ninguém morre por ser solteiro. Morre por solidão, por desistência da vida, por abandono dos outros e de si mesmo. E de repente, você abre os olhos e se vê diante de um amor recípro e saudável. Um amor que não te mata, que te faz viver, que te levanta. Um amor que você gosta, mas não precisa, que te soma e não te diminui. Um amor que, independentemente do que o futuro lhe reservar, já está valendo.
Não vale a pena insistir numa história em que você está sozinho. Talvez o melhor seja abrir mão. Se sair !!! Não se alimentar de uma comida insossa, em que os temperos nunca são encontrados. Abrir mão e fazer uma nova comida. E assim ter condições até de olhar na cara do sujeito, entender que passou, que tudo foi risível e que você sobreviveu.
O resto é auto ajuda, que também serve, apesar de todos os preconceitos. A gente lê, reflete, se indigna, reler, reflete novamente, conclui e segue adiante.
E tem mais: Não é bom magoar uma mulher e fazer de seu coração de peteca, não. A pior coisa que tem é uma mulher ferida. E como bem li num dos status de uma amiga no face: “Mulheres são anjos. E quando alguém, por maldade, quebra suas asas, elas continuam a voar… de vassouras! Porque são FLEX!”. 😉
Um cheiro.

Patrícia,
Que engraçado este teu post! Gostei demais!
Só não sei se o medo é das expectativas alheias e não das nossas mesmo, sabe?
Eu, que nunca tinha pensado o mundo em termos de machismo, tenho lido muitos blogs que tratam dele e comecei a olhar o mundo como uma grande herança cultural. O machismo é cultural, e nós, mulheres, não estamos fora dessa cultura, mas muito, muuuito influenciadas por ela. De repente, essas expectativas que a gente nem reconhece como nossas, podem estar dentro da gente sem sabermos… enfiadas em nosso sangue em doses homeopáticas… ih, isto aqui vai ficar longo demais. Deixo prá a próxima.
Beijos,
Olhar