Há dois anos, fechando o verão das bandas de lá, fiz a minha primeira viagem à Europa. Pense em recordações maravilhosas !!! Revendo os álbuns de fotografias, não me canso de lembrar, de me emocionar, de compreender e de ver o quanto viajar nos liberta. Viajar é bom demais, melhor ainda com os amigos !!! E eu fui bem acompanhada por Igor, Sérgio e Stefan.
Partindo do principio que o conhecimento nos torna livres, então viajar é uma das chaves para essa liberdade. Em poucos dias eu trouxe histórias (minhas e dos lugares por onde andei), eu reconheci fatos aprendidos nas salas de aula ou nas minhas muitas leituras… além, que arrancar de mim os milhares de preconceitos ainda embutidos, vindos com minhas raízes.
Não fiz o circuito Dôdô e Osmar (Itália, França e ). Fui ao Batatinha mesmo: Alemanha, Holanda, Inglaterra, Escócia e Áustria.
A Alemanha é maravilhosa e, ao contrário do que muitos pensam, as pessoas não são frias, quase pedra de gelo, não. Infelizmente, por causa do “maluco do bigodinho”, carregamos até hoje esse preconceito. Inclusive, para esse povo já basta ter que carregar até hoje as dores de quem sabe o que é ter esse conterrâneo. A Alemanha é organizada, é segura, é limpa, tem ar puro… e os Alemães são massa também !!! Eu viveria tranquilamente por lá !!!
Fui à Baviera e conheci a história de Ludwig, o Rei conhecido por construir muitos castelos e não terminar. Fomos a quase todos… Lindos e de acordo com o capricho do rei excêntrico. Acredita que, num deles, ele mandou reconstruir, numa caverna, o 2º Ato de uma ópera, inspirada numa das obras de Wagner? Os atores iam lá só para encenar pra ele !!! Louco, louco, louco… Mas tudo muito lindo, cheio de brilho, luz… e agora para turistas. Fomos também a Rotemburg, cidade onde o muro de defesa se encontra intacto em todo o redor da cidade. Escândalo de linda !!!
Castelo de Neuschwanstein – Inspiração para A Bela Adormecida de Walt Disney…
Fiquei hospedada em Munchen, tranquila, funcional, bonita, pessoas educadas, reservadas… Ninguém fica olhando pra casa do vizinho… Você pode passar nu na varanda que ninguém (eu acho) tá ligando. Vi o show de Madonna de perto. Tá lá a cantora enloquecida e todos numa educação (só me lembrei das minhas bichas brasileiras, animadas, sem deixar um fio loiro da diva). Vi também o Colplay, numa região mais country, muitos jovens, chapéus de cowboy… muito diferente de ver shows no Brasil. Dieferente não é melhor ou pior, é só diferente. E muito bom também !!!
Escócia é o país que eu gostaria de aprender a falar inglês. Pense num povo cômico !!! Um inglês com humor e leveza é todo gás que eu preciso para, finalmente, amar essa língua. Conheci Glasgow, Oban, Pitlochry, Isle Of Iske e Edimburgo. Ilhas lindas, frias (essa parte puxada, em pleno verão), culinária deliciosa… Imagine que em Edimburgo assisti 12 espetáculos (EM INGLÊS) – dentro do Festival de Teatro de Edimburgo – em dois dias. De queimar qualquer caixola, mas super valeu !!! Inclusive, esse festival acontece todos os anos e abriga mais de 1.000 espetáculos do mundo todo.
Isly Of Skye
Adoro essa foto !!!
Respirando teatro em Edimburgo…
A Inglaterra é igual a família real, né? Por mais que tentem fugir disso, não dá. O lugar respira a monarquia. Confesso que fiquei um pouco decepcionada com a Rainha. Cadê ela que não vi até hoje? Passei por Buckingham, vi uma movimentação, era soldado (vestido de Mariene de Castro) saindo de um lado, cavalos pra outro, e “salve a Rainha” e sai gente e entra gente… e nada !!! Era apenas a troca da guarda real. Ahhhhhhhhhh, me poupe !!!
Vendo a troca da guarda da Rainha…
As “Marienes” em Buckingham
Coisa boa foi conhecer os parques, andar de ônibus, aquele com dois andares parecido com o Salvador Bus. Só que lá, decentemente, a gente pagava o buzu e recebia vários tickets e conhecia a cidade toda. Inclusive, de barco. Muuuuuuuuito bom !!! London eye, Big Ben, Igreja onde enterraram o povo dos filmes e livros que a gente lia na Escola (Elizabeth, Shakespeare, Lord A, Lord B, Lord …), nem deu tempo de ver tudo. Só sei que passei em cima de muuuuuuuuuuitas carneiras. Ô povo pra gostar de enterrar em igreja, viu? Afff !!!
Fui também conhecer o Museu Madame Tussaud, aquele com a estátua de cêra de vários artistas. Uma bobagem, mas bem real e muito divertido. Tinha uma ou outra que não parecia, mas devia ser de propósito, só pra pirraçar. Outra coisa que me chamou a atenção foi a disposição que colocaram a Família Real. Todos juntos (os principais, né?): A Rainha, os Príncipes Philipe, Harry, William, Charles e a rapariga da Duquesa da Cornuália, Camila Parker … e Lady Di, do outro lado, distante, olhando pra todos com o semblante triste. Achei maldade. Mas o que é deles está guardado. Ô se tá. Que eu saiba Diana era canceriana. 😉
O Big Ben…
Com ela no Madame Tussaud…
Bom também foi a minha night. Fomos assistir o musical Chicago, com Michele Willians. Imagine a preta lá se sentindo, numa das primeiras filas, vendo aquele povo todo dançando, interpretando e cantando, EM INGLÊS (misericória !!!)… Muuuuuuuuuuito bom !!! Fui a Harrods, loja “CARA” do pai do namorado de Lady D. Dei só uma olhadinha básica, comprei poucos itens em promoção e tirei fotos dos outros muuuuuuuuuitos inacessíveis.
Chicago com Michele Williams
Conhecemos também uma boate, que só tinha brasileiro. Saímos na rua, plena segunda-feira, e ninguém, tudo deserto. Pensei: “Oxe, cadê Londres que a noite começa ao meio dia?” (piada interna). Entramos em rua, saímos em outra, andamos, andamos e… de repente, uma fila GIGANTESCA para entrar num prédio alto, de cinco andares. Quando entramos, LOTADO. Surreal !!! Como pode? Onde estavam aquelas pessoas? Como chegaram lá se a rua estava deserta? Londres é assim, meio tensa, intensa, tudo pode ser bomba… E lá, brasileiro não gosta de encontrar brasileiro, não. “Diz que” é porque querem aprender inglês de verdade. Eu acho grosseria, mas tudo bem. São as dierenças interessantes !!!
Já a Austria entrou no roteiro com um caráter bem especial: Fomos conhecer Salzburg, onde foi filmado A Noviça Rebelde, também é lá que tem a casa de Mozart nasceu… A cidade é linda, histórica…
Praça de “A Noviça Rebelde” em Salzburg…
Foi na Áustria também que pude escalar os Alpes – aquelas montanhas com as pontas congeladas… Só não foi drástico, para mim, que sou friorenta, porque era verão e, pelo menos, em terras austriacas, o verão não é cinicamente inverno como na Escócia.
Alpes no verão…
Na Holanda fomos à Moniquendan e Amsterdam, suuuuuper rural, suuuuuuuuuuuper cidade. Ou melhor, Amsterdam tem mais misturas do que a própria Londres. Pessoas com roupas loucas, transadas… entravam num ônibus, que passava pela paisagem que era água, verde, céu, casinhas de desenho animado, moinhos… Uma mistura boa !!! A gente entrava no Museum de Van Gogh, um monte de gente, rua, loja com camisinhas temáticas, loja Zara na promoção, gente de cabelo roxo, gente preta, gente branca, inglês, holandês, pai, mãe e filhos nas bicicletas, casas barco… Ui, uma pessoa falando português… Uma loucura !!!
Vendo Van Gogh…
Uma suuuuuper qualidade de vida poder pegar uma bike e andar a cidade toda, sem se preocupar com nada, tomando ventinho no rosto… Pegamos um barco turístico e andamos pelos pontos principais da cidade, tudo antigo, organizado, pessoas que passam, que seguem, que caminham… Ê povo que anda !!!
Ui…
O que impressionou bastante são as casas muuuuuuuuuuuuuito organizadas, os apartamentos também… A gente quase não vê ninguém, parece que ninguém habita…. de repente, todo mundo surge e some novamente.
E o respeito às leis lá é forte. Todas as pessoas sabem nadar (por conta do nível da terra ser bem abaixo do nível do mar e esperarem a qualquer momento uma inundação), todos pagam os impostos reais (a tal da Rainha Beatrix é danada), ninguém tira foto das putas na Red Street – rua em que as putas ficam nas vitrines, esperando seu “comprador”… Lá é tudo muito sério. Elas tem planos, fazem exames, as pessoas olham, escolhem, pagam e entram para o seu “momento privê”… E ao contrário do que pensam, as pessoas não ficam nas ruas fumando… Os coffers existem para isso. Quem quiser, tem lugar e todos acatam, todos respeitam.
A Europa é um lugar imperdível. Se me perguntassem quando eu era criança, sempre achei que conheceria os EUA primeiro. Acho que por ser mais perto, por ouvir falar mais, por nossa cultura estar diretamente ligada ao cinema americano, as comidas… enfim… com o tempo e com todas as burocracias, fui achando chato e cansativo e a Europa começou a povoar meus sonhos.
É claro que não conheci nem a metade, nem uma vírgula. Mas acredito que a Europa é o começo de tudo, é o continente mais velho e, é lógico, que antiguidade é posto, sim. Mas os EUA também voltou a ter o seu lugar nos meus planos.
Viajar é bom, muito bom !!! Vale a pena investir, correr atrás… Do nosso jeito, no nosso tempo… Conhecer mais, mais, mais… O Brasil também, com sua beleza, peculiaridades, histórias, paisagens, diferentes culturas, de mil gentes… Eu não quero perder mais a chance de conhecer, de estar livre, de viver, de reconhecer, de estabelecer, de fortalecer, de ser feliz… Por isso, Simbora !!!