1 de abril de 2013

Vamos lá, Joelmas?



Ainda não consigo entender esse negócio de ser a favor ou contra casamento gay. O que é? É você quem vai casar? Vai ser a madrinha ou o padrinho? Em que parte da cerimônia você está envolvido? Por acaso é dono de uma loja de noivas e está com medo de falir por não ter demanda? Porque só a assim juro que vou tentar entender o direito de quem quer que seja de entrar no casamento alheio. Ahhhhhhhhh Te ensinaram a dar pitaco na vida alheia, né? Ok. Até aí tudo bem. É inerente ao ser humano.

Aí aparece a maluca que grita (Isso é “Apocalipsooooooo”!) toda “bunita” que se tivesse um filho gay lutaria até a morte pra ele se livrar “disso”. Ainda “diz que” é igual a um drogado. Tem que ter força de vontade e dá pra se curar. Aí pra se explicar “diz que” não é nada disso. Que não é homofóbica e que tem até amigos gays. “Diz que” eles são ótimos, ensinaram ela a se maquiar… Oh que incrível.



Aí, vou ter que falar também do “maluco do pão” Marco Feliciano, o pastor-deputado-homofóbico-racista que “diz que” ia processar Xuxa por tê-lo chamado de monstro. Ohhhhhhhhh que incrível. 

Aí a gente vai pra Barra protestar contra a decisão desse senhor ser o Presidente da Comissão dos direitos humanos e lá me aparecem 17 negros e trocentos gays, lésbicas e simpatizantes. Aí a de cá (com Fernanda Tourinho), tira uma foto convocando o Olodum, o Ilê, o movimento negro… Cadê você? Porque é exatamente essa galera que “diz que” grita pelos direitos dos negros e alguns questionam minha atitude. “Diz que” desestabilizei o movimento negro. Que movimento? O meu? O seu? O nosso? O de dentro pra fora? Você sabe o que é protestar na terra, onde a maioria da população é negra, contra um cara que vai de encontro a exatamente essa maioria e só encontrar lá mais 16 pessoas? Desestabilizar o quê? Movimento é de dentro pra fora. Não adianta tocar tambor e dizer que isso é ser negro, isso é Bahia. Teve gente ainda questionando o fato de eu, negra, estar me voltando contra outros negros. Estou, não. Pelo contrário. Estou conclamando, convocando e convidando aqueles que de fato me representam. Do contrário, Feliciano , sim, se achar no direito de ser meu representante.



Outra coisa: Outras passeatas estão acontecendo, outros movimentos também, petições na internet, debates, enfim. Não adianta achar que nada presta e não botar a boca no trombone. Não adianta falar mal de Ivete e ficar se vitimizando. São muitas as Joelmas, os Felicianos, os Malafaias, os senhores de engenhos e capitães do mato por aí.

Negro se é ou não. Gay se é ou não. A nossa luta é muito maior do que o direito de gay e de ser negro. É tudo isso e muito mais. A nossa luta é pelo direito de ser humano, de ser quem a gente é, sem ter que pedir desculpas e licença. E humano a gente sabe que nem todo mundo é, né?

Essa luta é uma luta de família pra família, de sociedade pra sociedade, de cidadão pra cidadão. Não é uma luta contra a igreja, nem tão pouco contra a religião. É uma luta contra a ignorância, que se disfarça de qualquer coisa, de qualquer palavra, de qualquer maquiagem, de qualquer texto.

Vamos lá, Joelmas? CA-LA-DAS !!! Tirem seu racismo e homofobia do caminho que queremos passar !!! Porque respeito é bom e todo mundo gosta. 😉


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