5 de novembro de 2013
Aí a pessoa vai ao shopping almoçar e, pra combater a TPM, tomar um sorvete yoggi. Eis que tem agradável surpresa, pois descobre que seu cartão fidelidade está todo preenchido. O vendedor “já conhecido” enche seu copo do sabor natural, coloca os três tops, enquanto atende uma ligação e começa a falar:
– A gente fica recebendo essas ligações de número privado, vai que é algum lugar te oferecendo emprego… Não posso jogar fora, não. Sem querer me desfazer disso aqui, mas salário mínimo não dá. Quer casar, ter meus dois filhos, tudo é muito caro…
E a de cá: – É.
– E se nasce logo gêmeos, como vou bancar? Não estou namorando, mas já estou preparando meu futuro.
E a de cá: – É.
– Vou colocar uma cobertura, você é legal. Olha só quanto seria se você fosse pagar… – coloca na balança – Mas você não que eu estou certo?
– Acho.
– Obrigado. Que Deus te abençoe.
– Amém.
Eu poderia conversar com ele, sim, mas no estado que eu estava única coisa que eu queria era tomar meu sorvete. Ê TPM que atrapalha minha solidariedade, viu?
Whatever… 😉
5 de novembro de 2013
Me desculpa, mas torso é, sim, poder. Quando coloco me sinto muito, muito, muito, muito mais… Tem gente que acha que é só um pedaço de tecido, outros uma toalha na cabeça… Mas pra mim é PODER. Que pode vim num dia em que o cabelo não coopera, ou quando rola uma preguiça de pentear a cabeleira mesmo, mas a maioria das vez, vem do estilo, da marca, do jeito de ser. Eu sou preta, negra, baiana, mulher, artista, filha, irmã, namorada e quando coloco um torso me acho muito, muito, muito, muito mais…
A gente sabe que esse costume começou lá atrás, né? Na senzala, do candomblé, para cobrir o ori (cabeça), um sinônimo de respeito e proteção, depois, virou vestimenta das baianas de acarajé e já algum tempo é afirmação. Tem também os indianos, que tem igual respeito por essa iguaria. Eu amo, respeito e é o meu jeito de ser Patrícia.
Não tem cor, raça, sexo… o importante é ser criativo e entender que uma vez colocado, ele precisa vir acompanhado do famoso “bico”. Não vai faltar quem ache engraçado, estranho, admire, inveje… Então, precisa estar preparado. Vocês nunca mais serão os mesmos.
Vejam algumas formas que ele se apresenta. Depois mostro algumas amarrações. Divirtam-se !!!
3 de novembro de 2013
Apesar de todos os grandes micos é na adolescência que a gente guarda os maiores e melhores sonhos. A gente já compreende um pouco sobre a vida e já tem planos para o futuro. É claro que essa compreensão nem sempre é a melhor e esses planos quase sempre se transformam em outros. O fato é que compreendemos, planejamos e sonhamos.
Quando eu era uma simples teenager não fui de arroubos revoltosos. O máximo que consegui transgredir, diante de uma mãe deliciosamente parceirona, foi depilar e colocar água oxigenada em minhas pernas sem fios. Além de usar absorvente, mesmo quando nunca tinha menstruado, na esperança de torna-me finalmente mulher. Estava com pressa.
Fora isso, meu mundo era de sonhos. Sonhava em ser artista, sonhava em ser Paquita (mesmo preta, nunca achei empecilho, mas também nunca tentei), sonhava em ser amiga de Xuxa e, principalmente, do cantor Marcelo Augusto.
Lembro-me de um dia ter mandado uma carta pra Fábio Assunção, na época da novela Vamp e outra pra Marcelo, pois acompanhava o programa Viva Noite de Gugu e o achava um cantor bonitinho. Eis que um dia recebo uma resposta de Marcelo (a de Fábio até hoje… lururu). Anos depois, descobri que uma fã era encarregada de respostar as cartas de todas as outras. O que pra mim nunca foi problema. Já achava legal o fato dele incumbir alguém de dar atenção aos seus fãs. Em minha cabeça era muito claro: queria ser sua amiga íntima. E virei mesmo. Não tão íntima, mas virei. Essa relação com Marcelo me ajudou muio a fincar os pés no chão. Num momento crucial, de limite entre a admiração e o fanatismo, essa “relação” me fez escolher pelo possível. Além da possibilidade de encontrar amigas pra toda vida, além do próprio, pois precisava compartilhar coisas com pessoas que comungassem de igual admiração. Foi aí que encontrei minhas amigas de longa data Bia (Rio), Lu (São Paulo), Roberta e Renata (BH) e Carla (Pomerode). Logicamente, hoje em dia não sou fã de mais ninguém. Acho cafona, inclusive. Mas não crucifico as teens-tietes. Faz parte. Todo mundo tem ou teve alguém, fora pai e mãe, pra mitificar. É necessário. Tem gente que é o professor, o padeiro, o dono da locadora e, mil outras “gentes”, escolhe alguém da TV. Eu entendo, sim. Só acho que tudo tem seu tempo e limite. E passa. Tem que passar. Eu acho. 😉

Com Marcelo em 1994 (Marcão, assessor dele na época lá no fundo), primeiro encontro com ele…
Em 1995 no Aeroporto Dois de Julho… e sempre Marcão.
Em 2013, com Lu Dadian (também “ex-tiete”) e Marcelo após apresentação de Entre Nós em Sampa, não mais fã e “ídolo”… Amizade pra vida toda.
Xuxa renderia outro capítulo. Nunca fui fã louca, mas era de carteirinha. Assistia ao “Xou” quando estava em casa, sabia todas as músicas e coreografias, comprava botas, acessórios, discos, fui à shows (uma vez minha mãe me deixou na porta da Fonte Nova e esperou que acabasse do lado de fora para levar de volta pra casa), chorava de emoção em todo especial de seu programa, fui vê-la entregar ambulância no Hospital de Irmã Dulce pelo Papa Tudo (lembram?), participei de promoções… Teve uma pra desenhar um modelito pra Xuxa, onde quem ganhasse iria ao Rio conhecê-la. Não fui a grande premiada, mas ganhei 6 meses de assinatura de sua revista. Enfim… Xuxa até hoje rende. Acho que se eu a encontrasse hoje daria um grito. Ela faz parte da turma de pessoas que eu tenho medo.
Xuxa e Paquitas no tempos áureos…
Em minha fase teen, o filme que mais gostei foi Dirty Dance, com Patrick Swayze (assisti aquele final trilhões de vezes), as melhores novelas foram Vamp (amava aquela atmosfera, escrevi até um livro inspirada) e Top Model. Eram boas demais !!!
Eu também colecionava a revista UAU, Querida, Capricho,… Uma vez , inclusive, fui convidada pra participar de um debate sobre gravidez na adolescência da revista Capricho.
Mas também tinham os seriados. Gostava de Mel Rose, Miami Beach (era esse o nome? whatever…) e, finalmente, Barrados no Baile, ou Beverly Hills 90210 (nunca entendi esse título, até pouco tempo, quando estive lá). A vida dos irmãos Wash e seus amigos me pertencia. Não perdia um episódio. Detestava Kelly e Valerie, amava Brenda e Brandon… Era bom demais !!!
Dia desses navegando pelo youtube, descobri várias pérolas. Sou canceriana. Adoro remexer “baus”. Além disso, estive em Hollywood no ano passado e aquelas ruas me lembravam muito o seriado, além de Pretty Woman, com Julia Robert e Richard Gere (outro filme que amava). Engraçado, diferente das novelas brasileiras, que não mostram muito a realidade dos bairros que tentam retratar, os filmes americanos são muito fiéis em suas locações. Estar nas ruas das principais cidades americanas, é estar dentro de seus filmes. Senti em New York, em LA, em Greenwich…
“Barrados no Baile” diz muito sobre mim, sobre meus sonhos, sobre minhas memórias… E até hoje sinto um carinho grande por ele. Achei várias temporadas no NetFlix e estou viciada. Não só pelos episódios em si, mas pela memória que ele me trás. Pelos meus natais, pelas minhas férias, meus domingos regados a feijão, coca cola ou suco de maracujá… Época em que eu já não tinha pai. Mas minha preta-mãe estava lá, me guiando, me orientando, me amando. Era nesses domingos que eu me apegava. Não sentia necessidade de sair, me sentia protegida e feliz.
Pena que o tempo não volta. Mas é boa também a sensação do que vivi.
Eu era feliz e não sabia?! É claro que eu sabia. E era feliz por isso também.
Achei esse vídeo na comunidade de “Barrados no Baile” no facebook. Deu uma saudade boa !!! Boa sessão nostalgia pra vocês.
2 de novembro de 2013
Há alguns meses, como muitas vezes acontece, essa menina caiu de paraquedas na minha frente. De repente, ouvi falar dela como se ela sempre estivesse lá.
Dia desses ouvi essa senhora chamando Bárbara, filha de Monique Evans de vulgar, prostituta, cheia de fungos e outras coisitas mais, só porque a garota foi lá, transou com o namorado em A Fazenda e ganhou o programa. “Por isso que o Brasil não vai pra frente, porque escolhe pessoas como ela”, disse a dita. Aí, você pensa que quem falou isso é uma freira, uma beata, ou uma senhora de 80 anos, que casou virgem, confere? Que nada. Trata-se da vice Miss Bumbum (creia, aqui no Brasil isso é cargo importante) que foi no ano passado à Portugal, “ficou” com Cristiano Ronaldo, que tinha namorada na época e era público, quando este a assediou e disse que tinha ficado louco pelo bumbum dela. Os dois se trancaram num quarto e quando ele descobriu que a imprensa estava em sua cola, deixo-a presa no quarto, pra despistar, foi embora. Mais tarde, mandou os seguranças libertá-la.
Fazer o que quiser com o seu corpo é uma das coisas que acredito ser um direito da mulher, do homem… Não sou feminista pelo radicalismo de algumas. Eu gosto do homem e minha briga é para que sejamos respeitadas e tenhamos o direito de ser o que a gente quiser, inclusive, dona de casa, prostituta, vulgar… Sem que alguém nos agrida e diga que foi a gente que procurou. Agora pra uma pessoa julgar a outra com esse moralismo cruel tem que ser pra lá de Irmã Dulce, pra gente alçar a categoria de santa e talvez liberar. Um texto desse só sendo madre Tereza de Calcutá, né?
Não satisfeita, essa semana, ao saber do fim do relacionamento de Bárbara, ela disse que o ex-namorado da moça não a quis nem com um milhão. Aí eu te pergunto: E Cristiano Ronaldo morreu de amores por você, né, gatinha? Calada, criança !!! Calada que está feio.
É claro que essa curica tem o direito de falar o que quiser, mas quando coloca a outra em tal condição de menor por optar por se entregar ao namorado, ela está mexendo com todas nós. Porque ela transou com o namorado e no mundinho dela homem pode e mulher não.
Em suma, prostituta, se ela assim quiser, santa se ela assim quiser, vulgar da mesma forma… E ter fungos é tão relativo. Se adquire até com biquini molhado, num dia ensolarado de praia. Nos respeite e se respeite. E isso não tem nada a ver com culpa católica. Se quer brigar com a outra, utilize bons argumentos… O que acontece em baixo dos lençóis, quando as duas pessoas estão de acordo, não é da conta de outrem. Caso contrário, você depõe a favor de tudo que Cristiano Ronaldo falou de você. Ou a senhora acha que foram diferentes em suas colocações extremamente machistas? A diferença é que você é mulher e ele é homem. O que torna sua fala muito mais grave.
Não acho que você nos representa, mas é um direito seu e uma opinião minha. Seja o que quiser. Só não nos desrespeite, please. Aí você mexe com a de cá. E aí eu me reto.
