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Cachaça ERRADA e RESSACA das brabas !!!

Categoria(s): | Publicado em: 9 de maio de 2015

Então…

Sábado passado eu acordei com uma RESSACA da porra (hangover, in english) !!! Tudo porque, um dia antes, participei de um Barbecue, churrasco americano, que é de hamburger, nada de maminha, picanha, alcatra… Ô saudade de tudo isso !!! Whatever…  Essa é uma das atividades do curso de inglês para que os alunos se integrem, se entreguem e possam praticar mais a língua inglesa, com pessoas de outras nacionalidades.

Pois bem, a de cá misturou muitas bebidas. De Malibu à Mai Tai (bebida típica havaiana), passando pela cerveja e pelo vinho. Tinha um negócio azul… Ô derrota !!! Fiz A LOUCA, quase  uma Christiane F !!! kkk Não deu outra, né? Passei quase o dia todo mal. Não gosto nem de lembrar da sensação. E não sou mais tão novinha para aprontar esse tipo de coisa. Socorro !!! kkk Mas ok. Já foi. A idade também ensina a curar.

Mistura explosiva !!!

Mistura explosiva !!!

Não sei se com vocês é assim, mas tudo em minha vida faço uma analogia. Tipo… Ouço uma frase e associo a uma música, sinto um cheiro e me lembro de uma fase de minha vida… Pois quando tenho uma ressaca braba como essa, associo a sensação de quando gostei de um cara há alguns anos. Sensação ruim danada! Beber é bom, mas o exagero é uma merda! Após os nossos encontros, era exatamente isso que sentia: Dor de cabeça, enjoo, sensação de perda de tempo, insônia, mal estar… Aí você vai me questionar: “Mas foi tal mau assim?” Foi péssimo! O cara era um escroto, bebia muito e, para me fazer de “enturmada” e “comível”, entrava na mesma onda. E quando acordava de manhã e percebia que aquilo não ia dar em nada, o coquetel de emoções vinha junto com a outra doida: a ressaca moral. Ele morava no Rioammmm, aí, volta e meia, eu fazia a rica, comprava passagens em milhares de prestações e ia pra lá. É claro que me arrependia, né? Mas isso tinha nome: “cachaça errada”. Eu só queria saber quando aquilo ia passar. Porque sempre que tenho dor de barriga, daquelas de cair no chão gemendo, a minha forma de encará-la bem é imaginar que dali a algum tempo, ela não estaria mais comigo. Quando criança, sabia que minha mãe chegaria, me daria algum chá, um remédio, eu esperaria um tempo e ela (a dor) iria embora. Mas não era simplesmente uma dor de barriga que me assolava naquele instante. E aquilo me deixava mal.

Uma vez, ele foi à Salvador trabalhar, ficou me mandando mensagens a noite toda, sei lá de onde, mas não me dizia onde estava. Eu estava com muita raiva. Pra que aquele tipo de jogo? Coisa infantil e idiota. Até que no outro dia, no mesmo horário, ele resolveu me enviar mais mensagens revelando seu paradeiro e a besta de cá foi encontrá-lo. Quis fazer a fina, a que não ligava pra o joguinho imbecil que ele fazia, mas, como estava com muita raiva (dele e de mim), não aguentei, mandei ele se lascar (isso é bem gentil perto do que mandei ele fazer) e voltei pra casa. Isso seria lindo se eu não tivesse me arrependido e ligado pra ele uma, duas, três vezes depois. Aí foi a ressaca foi dobrada, triplicada… Ressaca de não ter ficado com ele naquela noite, ressaca de ter ligado depois, de não conseguir esquecer aquela maluquice toda. Coisa infantil e idiota. Ô derrota! Mas passou.

Hoje em dia nem raiva tenho. Até consigo rir da experiência. Nunca será meu amigo (meus amigos me fazem bem), mas não guardo raiva. Nenhuma. Eu tinha o livre arbítrio de me mandar, de me sair. Mas fiquei. Vivi a maluquice. Acho ele até uma pessoa razoavelmente boa. Talvez naquela época não estivesse num momento bom. Sei lá. Nem me interessa saber. Já foi. Passou. Sabe por quê? Conhece TEMPO? Num belo dia, logo após acordar, escrevi um poema libertador, publiquei em meu blog antigo  e, não satisfeita, enviei por e-mail para um monte de gente, inclusive, para ele.

E para quem não acredita nas coincidências ou no universo, no outro dia, conheci o “meu amor recíproco e saudável”, que ao contrário de me dar ressaca, as cura. É ele que fica ao meu lado quando passo do ponto, que correr ao meu lado pra eu gastar o álcool do corpo, que compra água de coco, que rir comigo… Não é perfeito, mas é o meu. Perfeito para mim. Do tamanho do meu querer.

E é claro que vem coisas boas com os vários tipos de cachaças erradas e ressacas brabas que a nossa carência nos proporciona. Vem as reflexões, a sabedoria e o desejo de que aquela sensação ruim não se repita.  Puxado é, horrível é, mas nada que um chá de boldo, os conselhos dos bons amigos (como é bom tê-los por perto), doses cavalares de “amor próprio” e o tempo não curem. E a cura é muito boa !!!

Pra quem quiser conhecer o tal poema, eis ele aqui. Desculpa a expressão forte !!! Na época minha mãe até me recriminou, mas para quem estava em processo de cura, ser razoável era para os fracos. FODA-SE foi até leve.

Poema do FODA-SE !!!
Se eu não disse antes, digo agora.
Se eu não disse antes foi por medo…
de mim, de você, de nós, de vós, deles, de perder, de te perder, de me perder…
Se eu não disse antes era porque achava que os sapos dos brejos eram príncipes e não sapos.
Se eu não disse antes era porque era tonta, porque achava que os seus textos clichês eram poemas para mim,
era porque julgava seu mundo melhor, sua visão melhor, seu cheiro melhor, sua boca melhor… tudo seu era melhor.
Se eu não disse antes era porque achava que amar, transar, fornicar, prevaricar… era só aquilo…
era porque achava que a sua cachaça era melhor do a minha água,
era porque achava que viver era ter você, era ser você.
Se eu não disse antes era porque ANTES acreditava que pouco era muito, que esmola era loteria…
não entendia direito os sinônimos e antônimos.
Achava que ouvir um “fala, mala!” era o mesmo que “fala, mulher mais linda do mundo!”.
Era porque achava que, no fundo, sua grosseria, era o seu jeito de dizer “eu te amo!”.
Por isso, vim aqui num ato solene, te dizer algo que só agora tenho coragem.
Algo tão profundo, tão sincero, tão meu, tão seu, tão nosso, que se torna um tanto delicado.
Falo por mim, por você, por ele, por eles, por meus amigos, por meus conhecidos, por meus vizinhos, por meus familiares…
por tantas mil gentes que vivem histórias tão singulares que até me sinto uma espécie de porta voz.
Falo pelos xingamentos, pelas ofensas gratuitas, pelos desprezos, pelos silêncios indesejados, pelas péssimas brincadeiras,
pelas mentiras, pela psicopatia, pela diversão em ver o sofrimento alheio…
Hoje, forte e capaz, feliz por vezes, livre, decidida, organizada, amada, pensativa, reflexiva, chorosa…
Falo por tudo que vivemos e não vivemos…
Falo, dedico, desejo, almejo, solicito, imploro, rogo, canalizo…
Mas não pense que é de forma prazerosa.
É da forma menos desejosa e mais dolorosa que um ser (humano?) sonha…
quero que você se FODA. Com F (maiúsculo, minúsculo), PH, aqui, acolá, em todo lugar…
enfim… FODA-SE !!!

Esse é o vídeo de um dos “Barbecue” do curso de inglês. Aconteceu em Janeiro, eu tinha apenas 20 dias estudando inglês. E essa cachaça foi muito boa !!! Me diverti muito !!!

E é isso.

Beijo e até mais !!!